O início da noite desta terça-feira (16/12) em Curitiba e região metropolitana chamou atenção pelo céu com tons de rosa. Mas afinal, o que explica essa paleta de cores diferente do habitual no pôr do sol?
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o fenômeno é resultado da combinação de fatores como o trajeto mais longo que a luz solar percorre em determinados horários, a inversão térmica e, principalmente, a poluição atmosférica.
Conforme explica o Simepar, as cores que enxergamos no céu fazem parte do espectro visível – o que o olho humano consegue ver. Durante o meio da manhã até o meio da tarde, as ondas mais curtas desse espectro, como o ultravioleta e o azul, se espalham melhor pela atmosfera. É por isso que percebemos aquele tradicional azul do céu nos momentos em que o sol está mais alto.


No entanto, quando o sol está nascendo ou se pondo, a luz solar precisa viajar por um caminho mais longo através da atmosfera. “A luz azul e violeta (ondas curtas) é toda espalhada e desviada para longe da nossa linha de visão. Já a luz vermelha, laranja e amarela (comprimento de onda mais longo) consegue atravessar e chegar aos nossos olhos. Poluição e poeira podem intensificar os tons vermelhos e laranjas ao amanhecer e ao entardecer”, afirma o meteorologista do Simepar Fernando Mendes.
Embora estejamos na primavera, essa condição é mais comum durante o outono e inverno, graças à inversão térmica. O Simepar explica que “a inversão térmica ocorre quando uma camada de ar quente fica acima de uma camada de ar fria perto do solo, ao contrário do normal (que é o ar mais frio em altitudes maiores). Isso prende a poluição perto da superfície, piorando a qualidade do ar”, afirma Mendes.
As regiões urbanas, especialmente as áreas metropolitanas como Curitiba, acabam sofrendo as maiores consequências desse represamento de poluentes, principalmente quando ocorrem vários dias seguidos de inversões térmicas. “São áreas com muitas atividades, desde obras, tráfego de veículos e outras situações que geram algum material particulado para a atmosfera. A poluição do ar, causada por compostos gasosos ou material particulado em áreas de grandes cidades, principalmente, pode induzir a uma série de doenças e problemas de saúde”, lembra Mendes.



