No queixo, abaixo do nariz e até na orelha

Após 14 meses de pandemia, secretária revela: “pessoas ainda não sabem usar a máscara”

Infectologista Marion Burger, ao fundo, e a secretária da Saúde de Curitiba Márcia Huçulak. Foto: reprodução / vídeo.

Com a nova onda de casos de covid-19 em Curitiba, hospitais lotados e mais de 10 mil casos ativos, a Prefeitura de Curitiba decretou nesta sexta-feira (28) bandeira vermelha de alerta ao coronavírus para as próximas duas semanas. E nesse momento de contágio alto, em que a capital registra taxa de transmissão de 1,10 – 100 pessoas infectadas transmitem o vírus para mais 110 – uma das medidas mais simples nesta pandemia precisa ser reforçada novamente.

Não há mais dúvidas que as máscaras de proteção facial têm sido uma das principais aliadas no combate a covid-19. No entanto, basta uma pequena caminhada pela rua para flagrar pessoas sem máscara ou com ela embaixo do queixo, frouxa, na orelha. Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (28), a secretária da Saúde Márcia Huçulak e a médica infectologista Marion Burger reforçaram o uso correto da proteção.

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“Em 14 meses de pandemia, as pessoas ainda usam máscaras embaixo do queixo, abaixo do nariz, máscara frouxa, na orelha. Elas não aprenderam o uso correto da máscara. Não adianta comprar uma PFF2 e deixar ela pendurada. A troca da máscara também é importante. Ficar o dia inteiro com a mesma máscara não pode. As pessoas precisam entender que é preciso trocar e fazer o ajuste correto”, explicou a secretária Márcia Huçulak.

A infectologista Marion Burger explicou que o uso das máscaras envolve dois fatores importantes: a barreira física e a filtração de partículas. “A máscara impede que a pessoa ponha a mão na boca, que é um grande vetor de contaminação. As PFF2 garantem uma melhor filtração de partículas menores, em suspensão, para lugares fechados, cheio de pessoas, onde ninguém está usando máscara”.

As máscaras modelos PFF2 e N95 foram recomendadas por garantirem maior eficácia e segurança contra a covid-19, segundo estudo divulgado pela Universidade Federal do Paraná.

Quando se fala em proteção de máscaras, o ideal é que ela, seja de pano, cirúrgica, ou PFF2, estejam bem ajustadas ao rosto. “O benefício da PFF2 é a vedação, ela fica bem ajustada ao rosto. Essas são bem adaptadas, não passa ar por cima, pelos lados, por baixo. Esse é o benefício, além do grau de filtração de ar. Mas o maior benefício é que a pessoa encontre a melhor máscara para ela, que seja firme, confortável, que permita uma vedação, e que possa ser utilizada de forma correta, não no pescoço ou na orelha”.