A empresa 99 iniciou, nesta terça-feira (25/11), em Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais e Araucária, a operação do 99Food, serviço que pretende promover uma “briga de gigantes” pelo valioso mundo das entregas, seja delivery de comida, seja entregas do dia a dia. E mais. Com força política e argumentos afiados, pretende também liderar a briga pelo serviço de mototransporte de pessoas em Curitiba e região metropolitana.
O período de testes marca o início de um plano ambicioso: levar o 99Food a 100 cidades até meados de 2026 (já opera em Goiânia, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Campinas e Belo Horizonte). A escolha por Curitiba foi estratégica, segundo a empresa, devido à força e ao crescimento da cena gastronômica local.
“Curitiba reúne uma diversidade gastronômica única e queremos colaborar para que essa variedade também ganhe espaço no delivery, com mais pessoas descobrindo novos sabores com praticidade, agilidade e preços mais acessíveis”, afirma Bruno Rossini, diretor de Comunicação da 99.
Em entrevista exclusiva à Tribuna, Bruno detalhou os pilares da operação da 99 em Curitiba. “Queremos ser a melhor opção para os três elos dessa cadeia. Para isso, temos que desafiar tudo o que já é feito e, por isso, chegamos com proposta de aumentar a rentabilidade dos restaurantes, os ganhos dos entregadores parceiros e oferecer para o consumidor final o preço mais justo pela comida disponível no app”.
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A empresa afirma que irá eliminar duas taxas que derretem os ganhos dos restaurantes, o que deverá causar impacto direto no preço dos pratos, tornando o 99Food mais atraente para o consumidor. “Os preços estão descontrolados. Você vai na pizzaria e paga R$ 100 a pizza. De casa, pelo app, a mesma pizza saía a R$ 130. Os restaurantes precisavam repassar as taxas para os clientes e isso afeta a cadeia toda. Preço alto, menos gente pedindo, preços ainda mais altos e menos rentabilidade”, avançou Bruno.
A proposta da empresa é oferecer a reversão dessa lógica, permitindo que os restaurantes pratiquem no app o mesmo valor do balcão. “Como eles vão praticar o mesmo preço, o lucro será o mesmo do balcão (o que representa 15% a mais de faturamento). Será o preço mais justo de comida entre os apps de entrega”. Para a 99, pedir comida não pode ser só em ocasiões especiais, tem que ser pela conveniência.
Curitiba começa operando com 2.300 restaurantes na plataforma.
Entregas grátis e IA para agilizar pedidos
O app promete oferecer cupons de descontos (cinco, no total, até o valor de R$ 99) para entregas grátis. “Assim queremos que o cliente desfrute e repita a experiência, até entender que a nossa diversidade e condições são as melhores do mercado”, afirmou Bruno. A grande quantidade de entregadores parceiros – que segundo a empresa serão 25 mil logo na estreia – e a inteligência do app promete reduzir o tempo de entrega. Em Goiânia, por exemplo, o tempo médio caiu de 37 minutos para apenas 28.
Há 13 anos operando no Brasil, a empresa orgulha-se de ter realizado apenas em 2024 1,5 bilhão de entregas. “Sabemos como mudar algo do ponto A para o ponto B como ninguém. A vantagem é que temos uma tecnologia proprietária que melhora o deslocamento dos entregadores, oferecendo um mapa próprio para o trajeto de motos, desviando de vias congestionadas e escolhendo o caminho mais curto”, explicou o diretor de comunicação da 99.
O raio das entregas também será menor que o de outros aplicativos. Também há uma integração do novo app com o monitoramento do tempo de preparo das comidas nos estabelecimentos a serem entregues. Assim o parceiro não ficará ocioso e o tempo entre o recebimento do pedido e a entrega da comida é mapeado, tornando todo o processo mais eficiente.
Entregadores da 99 ganham mais?
Não faz sentido os restaurantes ganharem mais, e os entregadores não. No mês de lançamento os entregadores terão bônus de até R$ 10 por entrega. Além disso, se o entregador prestar 20 serviços por dia no app, sendo 5 deles entregas de comida, serão garantidos R$ 250 em faturamento.
Ou seja, a somatória desses serviços dará no mínimo R$ 250 para os entregadores. “Normalmente eles saem de casa para ganhar entre R$ 160 a R$ 180 por dia. Nós vamos garantir pelo menos R$ 250, maximizando os ganhos e fechando essa conta onde todos ganham”, disse Bruno à Tribuna.
Curitiba terá “mototáxi”?
A empresa promete aumentar os esforços para a liberação do serviço de mototransporte de pessoas, que ainda é proibido em Curitiba e em várias cidades do país. “Os entregadores querem trabalhar, não têm medo. Em termos nacionais, temos uma briga grande em São Paulo sobre este serviço e a realidade disso é que eles querem trabalhar”.
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Em Curitiba há uma lei que proíbe a modalidade, mas também há projetos tramitando na Câmara dos Vereadores que pretendem liberar o serviço. “Hoje os bons estão pagando pelos maus. A generalização é perigosa. As atividades (mototransporte) são reconhecidas pela constituição, existe jurisprudência (em tribunais), e temos gente querendo e precisando trabalhar. O benefício é para as pessoas, é um serviço essencial”, defendeu Bruno.
Segundo a empresa, a tecnologia evoluiu muito para garantir “segurança, controle e rastreabilidade”. “Este tipo de serviço já se opera em 3 mil cidades e tivemos taxas de acidentes de trânsito abaixo do 1%. Nosso compromisso é trazer luz ao debate.”
