Contra a covid-19

R$ 100 milhões prometidos por Greca para compra de vacinas seguem intocados, garante prefeitura

Vacina contra a covid-19.
Vacina contra a covid-19. Foto: Daniel Castellano / SMCS

A prefeitura de Curitiba ainda não utilizou os R$ 100 milhões destinados para a compra de vacinas contra o coronavírus. O dinheiro segue no Fundo Emergencial da pandemia da covid-19, mas não está descartada a utilização da verba, caso seja liberada a compra do imunizante, em algum momento.

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A intenção curitibana de comprar a vacina não é hoje. Desde o ano passado, o prefeito Rafael Greca (DEM) tem dito que quando houver a liberação aos municípios de efetuaram a aquisição junto aos laboratórios, a cidade está preparada financeiramente para desembolsar o dinheiro. “Cabe ao Ministério da Saúde do governo federal do Brasil dinamizar a produção e suprimento de vacinas, intensificar o #TempoDeCura. Se nos permitirem, temos recursos para comprar 1 milhão de doses de vacinas pela prefeitura”, postou o prefeito em sua conta pessoal no Facebook no fim do mês de janeiro.

Para adquirir doses e arcar com outros custos com a pandemia, Curitiba criou o Fundo de Recuperação e Estabilização Fiscal (Funrec). O fundo assegura verba extra para gastos durante a crise com os gastos com contratações emergenciais, abertura de leitos e compra de insumos, manutenção de contratos, ampliação das unidades de apoio à população vulnerável e distribuição de voucher de compras para famílias carentes. Segundo o secretário de Planejamento, Finanças e Orçamento, Vitor Puppi, o fundo está auxiliando o município a enfrentar a crise e a cidade tem o dinheiro para adquirir vacinas.

“Curitiba é a única cidade do país a ter um instrumento como esse que permite proteger os serviços públicos em momentos de crise. É uma ferramenta importante para o momento em que vivemos e também para o futuro, em eventuais crises que poderão aparecer. A prefeitura tem recursos em caixa, nós não gastamos os R$ 100 milhões. Ele está lá, se precisar pode ser envolvido em outra área da saúde”, comentou o secretário.

E se não comprar, pode ser usado em outra área?

A ideia é usar o dinheiro na saúde, pois o recurso está destinado para essa área. Vamos dar um exemplo mais claro – você tem R$ 100 na poupança destinado a uma viagem. Pintou um imprevisto e precisa gastar. Pode ir no fundo e retirar parte da grana? Pode, pois o recurso não está veiculado, ele é livre. Claro que o ideal é que o gasto venha a ter relação com o propósito de viajar, ou seja, pegou o dinheiro e deu entrada na passagem.

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Naturalmente no aspecto de finanças públicas, a questão burocrática é mais ampla. “Tudo é dinâmico, pois se o dinheiro vai entrando para o município, nós vamos direcionando isso para outros pontos relacionados à covid-19. Dinheiro em caixa tem na prefeitura, mas temos uma vigilância diária. Curitiba tem recursos, e a pandemia nos ensinou que é preciso se preparar para o futuro”, disse Puppi.

Curitiba destinou até maio de 2021, R$ 823 milhões em ações de combate aos efeitos da covid-19. Os valores, fruto de recursos próprios e repasses, foram utilizados especialmente em medidas da área de saúde, no transporte público e na assistência social durante os últimos meses.