Curitiba amplia integração com seus vizinhos

Sete municípios do Vale do Ribeira, região com um dos mais baixos índices de desenvolvimento humano (IDH) do sul do país, estão concluindo a implantação de salas comunitárias de informática. Elas serão usadas em aulas de informática, classes de alfabetização de jovens e adultos e cursos profissionalizantes.

?No Vale do Ribeira, a taxa média de analfabetismo é de 22%, enquanto no restante da Região Metropolitana ela está na faixa de 8%. Os computadores vão servir como ferramenta para diminuir este problema?, afirma entusiasmado o secretário de Assuntos Metropolitanos de Curitiba, Rui Hara.

Desde que assumiu a pasta, em janeiro, Hara busca meios para promover a integração da Região Metropolitana, formada por 26 municípios e 3 milhões de habitantes. ?Recebemos do prefeito Beto Richa a missão de ampliar os mecanismos de integração como medida estratégica para a gestão eficiente das cidades?, diz.

O programa Inclusão Digital, que está beneficiando os municípios de Adrianópolis, Tunas do Paraná, Bocaiúva do Sul, Cerro Azul, Doutor Ulisses, Itaperuçu e Rio Branco do Sul, é uma das iniciativas da secretaria.

Os equipamentos foram comprados com US$ 94 mil doados pelo Governo do Japão. Mas foi a Secretaria de Assuntos Metropolitanos quem intermediou e negociou o acordo, estruturou todo o programa e será responsável pelo seu acompanhamento nos municípios. A inauguração oficial das salas será em dezembro.

Além da alta taxa de analfabetismo, outros indicadores mostram porque o Vale do Ribeira foi escolhido para receber o programa Inclusão Digital. Ali, 25% da população vivem abaixo da linha de pobreza. Na RMC, o índice é de 7,8%. Somados, os sete municípios da região respondem por apenas 2,29% do PIB metropolitano.

?Ações como esta ajudam a promover o desenvolvimento econômico e social em toda a região metropolitana, um dos objetivos da administração Beto Richa?, diz o secretário.

Ações

Curitiba, lembra Rui Hara, não está isolada e é referência em muitos serviços para as cidades vizinhas. ?Curitiba recebe demanda proveniente da região metropolitana em várias áreas. Temos que buscar soluções éticas e eficientes para o atendimento de toda esta população?, afirma.

Desde o início do ano, a secretaria vem mantendo encontros com os municípios vizinhos para conversar sobre problemas comuns e buscar soluções integradas. A prioridade é para projetos que contemplem áreas de conurbação (em que a ocupação já atinge a divisa entre os municípios, formando um conjunto) e em regiões influenciadas pelo desenvolvimento de Curitiba.

É o caso da Saúde, por exemplo. A secretaria, junto com a Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba (Assomec), teve participação importante nas negociações para a instalação do consórcio metropolitano de saúde, em fase final de análise.

Na área de geração de renda, foi a responsável por trazer para a Região Metropolitana de Curitiba o programa Art Handy, que visa apoiar e comercializar a produção artesanal no exterior através de uma rede de organizações não governamentais. O programa é coordenado pela Open City Internacional Foundation, que tem como braço brasileiro a Fundação Oásis Cidade Aberta (Foca).

O Art Handy tem a chancela da Unesco e possui pontos de comercialização em vários países da Europa e nos Estados Unidos. O processo de seleção para a escolha dos artesãos que vão participar do programa começou em outubro. Os artistas com produtos considerados prontos para exportar receberão, no início do ano, orientação sobre a documentação necessária e quantidade, além de uma certificação da Unesco. Os artesãos com trabalhos com potencial para o mercado externo, mas que necessitam de algumas melhorias na produção ou design, por exemplo, participarão de oficinas, que serão realizadas ao longo de 2006.

Esporte e Turismo

Em setembro, Curitiba colocou no calendário esportivo da região a Corrida de Revezamento do Circuito das Nascentes do Iguaçu. A realização da prova foi resultado de um trabalho conjunto entre as secretarias de Assuntos Metropolitanos, Esporte e Lazer e a Curitiba Turismo. ?A corrida marcou o lançamento de um novo roteiro de esporte e turismo na Região Metropolitana?, avalia o secretário Rui Hara.

Já na sua primeira edição, a prova contou com quase 400 atletas, que percorreram 82,5 quilômetros e cruzaram seis municípios da Região Metropolitana. Os corredores passaram por sedes urbanas, áreas rurais, estradas, vias férreas, criações de ovelhas, de gado, haras, plantações de orgânicos, produção de calcário, edificações centenárias, e ainda margeram represas e os rios Iraí, Palmital, Barigui, Passaúna, Belém e Atuba, afluentes do rio Iguaçu.

A largada foi em Piraquara e a chegada em Curitiba, passando pelos municípios de Quatro Barras, Colombo, Almirante Tamandaré e Campo Magro.
Ao planejarem a prova, os organizadores fizeram com que o trajeto interligasse roteiros turísticos como o Circuito Italiano, de Colombo, o da Natureza, de Almirante Tamandaré, e o Rural (Verde que te Quero Verde), de Campo Magro. E valorizaram municípios que fornecem toda a água consumida em Curitiba e Região Metropolitana.

Para o próximo ano, adianta o secretário de Assuntos Metropolitanos, Rui Hara, o Circuito das Nascentes deverá ser ampliado, envolvendo mais municípios e, até mesmo, incluindo outras modalidades esportivas.

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