Criminalidade piorou com Cabral, indica estudo

A polícia do Rio prendeu menos e matou mais sob o comando do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB). As estatísticas de criminalidade de janeiro, divulgadas hoje com quase dois meses de atraso, mostram que 117 pessoas morreram em supostos confrontos com policiais. É o maior número de mortes já registrado em janeiro desde 1998, último ano com números disponíveis para esta modalidade. São quase quatro (3,77) por dia e 51 casos a mais que no mesmo período do ano passado, quando policiais mataram 66 pessoas.

O crime é identificado pelo governo como auto de resistência. Os registros no mês de janeiro aumentaram sucessivamente de 1998 a 2003, mas desde então vinham caindo: foram 20 em 1998, 29 em 1999, 37 em 2000, 43 em 2001, 83 em 2002, 90 em 2003, 77 em 2004 e 72 em 2005.

Os homicídios dolosos (intencionais) também aumentaram 9,6% com Cabral: de 480 para 526, no mesmo período. Só na capital, o aumento foi de 26,1%. E a polícia prendeu 288 pessoas a menos no Estado na comparação com janeiro de 2006 (total de 1.394 presos) fechando o primeiro mês de governo com 1.106 prisões. A apreensão de drogas caiu de 1.019 para 838 quilos, e a de armas, de 1.003 para 858. O índice que mais subiu na comparação com janeiro do ano passado foi o de roubo a pedestres: 24,8% (de 3.421 registros para 4.270). A análise por áreas específicas feita pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que o roubo a residências cresceu 92,6% no interior do Estado.

"Os dados de janeiro não são bons", admitiu o secretário da Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que reuniu-se com todos os delegados e comandantes de batalhões. Ele ressalvou, porém, que o mês foi "totalmente atípico": segundo Beltrame, além da transição de governo, a polícia estava "desarrumada" por causa dos ataques criminosos do fim de 2006. Sobre o aumento dos autos de resistência, ele declarou: "Quando a polícia vai cumprir sua missão, existe confronto. É uma solução que não é boa, é traumática. Saímos de uma polícia reativa para uma polícia ativa". "Vamos ver os resultados, tem coisas que eu espero que vocês observem mais para a frente.

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