Crescimento adiado

Setores importantes do governo não se entendem quanto aos índices de crescimento da economia brasileira nos próximos anos. O índice ideal, ao que parece, aquele que o próprio presidente da República elegeu para consumo externo – média de 5% ao ano – está longe de se tornar um fato concreto.

A constatação indesejável faz parte de um estudo recém-concluído por um grupo de técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), prestigiosa instituição ligada à estrutura do Ministério do Planejamento. A ponderação fundamentada é que o futuro governo está obrigado a criar as condições básicas para que o país cresça – entre 4,5% e 5% por ano – somente na década de 2011-2020!

Destarte, tornam-se apologéticas, ou pior, inteiramente destituídas de apoio na realidade econômica, quaisquer previsões de crescimento significativo do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo mandato do presidente Lula.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, em tese, comandante-geral da equipe econômica do governo, não demonstrou o menor respeito ao estudo feito por uma equipe altamente capacitada, dona de respeitável coleção de acertos, enquadrando a questão com um açodamento que beira a irresponsabilidade, incompatível com exercício tão importante: ?Isso é uma opinião do Ipea. A nossa é diferente. Achamos que dá para crescer 5%, sim, nos próximos anos, porque as condições estão dadas?.

O problema é confiar e depender… do achômetro ministerial.

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