Crédito chega a R$ 200 bilhões no Natal e pode perder fôlego

O volume de crédito no bolso dos brasileiros deve fechar o ano perto de R$ 200 bilhões. É uma marca histórica, que equivale a quase o dobro do que foi ofertado em julho de 2004 e cerca de 30% mais que em dezembro do ano passado. Até julho, a carteira de crédito ao consumidor somava R$179,7 bilhões, segundo dados do Banco Central (BC).

Depois da alta da inadimplência na virada deste ano, que freou as vendas a prazo em julho, a expectativa é de que o crédito tenha novo impulso no último trimestre. Com juros mais baixos, salários reajustados por uma inflação passada maior que a presente, preços cadentes, que dão mais poder de compra à população, além da entrada do dinheiro do 13º salário, usado para quitar as prestações atrasadas, a perspectiva é que o consumidor assuma novos financiamentos neste Natal.

Apesar da perspectiva de repique no volume de financiamentos, economistas concordam que o fôlego do crediário é cada vez mais curto. "Este deverá ser o último Natal apoiado essencialmente na expansão do crédito", adverte o diretor da RC Consultores, Fábio Silveira.

Segundo o economista, a massa de salários – que é o resultado do número de ocupados multiplicado pelo rendimento – cresce desde 2003 num ritmo muito inferior à expansão do crediário. Sem investimentos na economia que criem mais empregos e renda, o motor do crédito deve começar a ratear em meados de 2007, prevê.

Entre 2003 e este ano, a carteira do crédito de recursos livres destinado às pessoas físicas cresceu 120% e a massa de salários, 37%, calcula Silveira. Nessa carteira estão incluídos crédito pessoal, consignado, cheque especial, cartão de crédito, entre outros financiamentos para a compra de bens.

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