A composição da CPI do Apagão Aéreo, na Câmara, concluída na manhã desta quinta-feira (3), revelou um grande número de deputados pouco conhecidos e de primeiro mandato entre seus 24 titulares e 24 suplentes. Os partidos da base aliada ao Palácio do Planalto, que têm maioria tranqüila na CPI, escolheram deputados fiéis ao governo. Indicados na manhã de hoje, os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Carlos Willian (PTC-MG), por exemplo, integraram a tropa de choque do governo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na tentativa de enterrar a CPI do Apagão Aéreo.
O governo conta também com petistas que o defendem com unhas e dentes, como Cândido Vaccarezza (PT-SP), Eduardo Valverde (PT-RO) e Carlos Zarattini (PT-SP). O PV, partido aliado ao governo, indicou como seu titular na comissão parlamentar de inquérito (CPI) o deputado Fernando Gabeira (RJ), considerado independente, mas que teria se comprometido com a cúpula do PV a consultar o partido e discutir internamente com a bancada as decisões mais importantes nos trabalhos da CPI. Na suplência, no entanto, a escolha do PV foi de um deputado afinado totalmente com o Palácio do Planalto, Fábio Ramalho (MG).
Nove titulares e 15 suplentes que integram a CPI são de primeiro mandato. De oposição, o DEM, com três vagas de titular, escolheu dois deputados estreantes. Os três indicados pelo DEM para ocuparem as vagas de suplente são de primeiro mandato. O PSDB escolheu os experientes Gustavo Fruet (PR) e Carlos Sampaio (SP) o deputado Mendes Thame (SP), no quinto mandato, e os iniciantes Vanderlei Macris (SP) e Otávio Leite (RJ), autores do requerimento de criação da CPI, e Rodrigo de Castro (MG).
Dificuldade
A instalação da CPI será hoje, às 15 horas. Das 24 vagas de titulares (e mesmo número de suplentes), a oposição teve direito a oito indicações, e os governistas, a 16. Com isso, a oposição terá dificuldade para aprovar requerimentos de convocação de depoentes e de quebra de sigilo, por exemplo, que são essenciais nas investigações.