CPI pode ter audiência conjunta para entender pagamentos antecipados pelo BB

Brasília ? O sub-relator de Contratos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), disse hoje (24) que vai propor uma audiência conjunta com a subrelatoria de Movimentações Financeiras para tomar o depoimento de representantes da empresa Visanet e da diretoria de Marketing do Banco do Brasil. O motivo seria conseguir explicações sobre as antecipações de pagamentos, pelo Banco do Brasil, a agências de publicidade por meio da empresa Visanet.

Hoje, o diretor regional da agência Ogilvy, Luis Alberto Costa Marques, disse aos parlamentares da comissão que os trabalhos executados para o Banco do Brasil sempre foram determinados pela diretoria de Marketing da instituição. Apesar de emitir as faturas dos serviços publicitários prestados diretamente ao Banco do Brasil, o diretor da Ogilvy disse que o banco informou à agência que os pagamentos seriam efetuados pela agência de publicidade DNA. "Recebemos um ‘prato feito’ para executar o trabalho. A orientação vinha da diretoria de Marketing do Banco do Brasil", disse Costa Marques.

O sub-relator de Contratos investiga, agora, o fato do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, ter concentrado, em 2003, os recursos de publicidade na DNA. Além disso, ele estranha o fato do Banco do Brasil ter determinado, por ofício, a antecipação de recursos para campanhas publicitárias por meio da Visanet.

Para o deputado José Eduardo Cardozo, esta antecipação de recursos deu um ganho extra às agências, uma vez que os recursos poderiam ser aplicados financeiramente. No depoimento de hoje, o diretor regional da Ogilvy disse que jamais sua empresa recebeu recursos antecipados. No entanto, não soube responder se, ao receber da DNA os recursos pelas campanhas feitas, este dinheiro era oriundo de antecipações feitas à agência do publicitário Marcos Valério de Souza.

Ontem, o diretor financeiro da agência Lowe, Paulo Roberto Correia dos Santos, disse que este procedimento era adotado pelo banco desde 2001. Segundo ele, a partir de março de 2003, Pizzolato concentrou os recursos que eram distribuídos para três agências na DNA Propaganda.

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