CPI dos Sanguessugas pode indiciar ex-ministros

O relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO), estuda pedir o indiciamento ao Ministério Público dos ex-ministros da Saúde Humberto Costa (PT) e Barjas Negri (PSDB) por envolvimento com o esquema das ambulâncias superfaturadas. Lando, que pretende apresentar seu relatório final no dia 13 de dezembro, está convencido de que os ex-ministros José Serra (PSDB), governador eleito de São Paulo, e Saraiva Felipe, deputado eleito pelo PMDB, são inocentes.

"Os casos de Humberto Costa e Barjas Negri merecem um estudo e precisam ser analisados com mais cuidado. Agora não tem nada contra o Serra e também não vejo nada contra o Saraiva Felipe", afirmou Lando.

Serra e Barjas estiveram à frente do ministério entre 1998 e 2002, no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Costa e Saraiva chefiaram a pasta entre janeiro de 2003 e julho de 2005, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Dos quatro ex-ministros, três já estiveram na CPI e negaram qualquer envolvimento com o caso. Apenas Serra não compareceu. Em seu depoimento, Saraiva Felipe afirmou ter recebido pedidos "não republicanos" de parlamentares. O petista Humberto Costa negou qualquer tipo de favorecimento à Planam, que fornecia as ambulâncias, mas admitiu encontro com um dos donos da empresa – Luiz Antônio Vedoin. O tucano Barjas Negri afirmou, em seu depoimento, que não havia indícios de seu envolvimento nem de funcionários do ministério no esquema. Disse que, se houve irregularidades, elas aconteceram nas prefeituras.

Tempo

A um mês do fim da CPI dos Sanguessugas, Lando reconheceu que não há mais tempo para fazer novas investigações. "Talvez o relatório final cause frustração", observou o relator. Passada as eleições, a CPI esvaziou e não há quórum para votar os mais de 200 requerimentos à espera de apreciação. "A CPI foi criada em um momento eleitoral e o interesse era mais o palanque do que a investigação", argumentou o deputado Dr. Rosinha (PT-PR), um dos parlamentares escalados para defender o governo na comissão. "Acho que tem um acordo em que os interesses partidários e individuais se tornaram maiores do que o interesse da CPI.

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