CPI dos Correios entregará lista de assessores suspeitos ao Ministério Público

O relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios será entregue na segunda-feira (10), ao Ministério Público (MP), com uma lista com os nomes de assessores de parlamentares que estiveram na agência do Banco Rural de Brasília e sacaram recursos das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, apontado como o operador do "mensalão". O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), teria sido o único integrante da comissão a ter tido acesso à relação com os nomes que são enviados ao MP sob sigilo.

A relação foi obtida por um sofisticado programa de computador, o I2, e é fruto do cruzamento de informações da movimentação financeira de Valério com a de assessores de congressistas. "O Ministério Público vai analisar essa lista. Não é nossa atribuição investigar parlamentar", disse hoje Amaral. A estimativa é que o rol tem entre 50 e 60 nomes de auxiliares de deputados. Um dos envolvidos seria Renato Paolielo assessor do deputado Nilton Baiano (PP-ES), que teria sacado R$ 100 mil da corretora Euro.

O presidente da CPI dos Correios argumentou que cabia à CPI do "Mensalão", que acabou no fim de 2005, fazer as quebras de sigilo e investigação sobre parlamentares que sacaram recursos das contas de Valério. Amaral observou que a listagem do I2 foi obtida recentemente e que é preciso fazer uma apuração detalhada para não cometer injustiças e acusar assessores de envolvimento no "mensalão" sem provas concretas. Daí a decisão de enviar a relação para o MP investigar. O I2, que é um programa usado pelo serviço secreto inglês, cruzou dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho com a movimentação financeira de Valério para a CPI dos Correios. A Rais identifica funcionários contratados pela Câmara nos últimos cinco anos.

Voltar ao topo