CPI dos Correios aprova convocação de diretores do Banco do Brasil

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios aprovou hoje (21) o requerimento de convocação dos diretores de Varejo e de Marketing e Comunicação do Banco do Brasil que estavam no cargo quando foi realizada auditoria para verificar a utilização dos recursos da instituição na empresa Visanet. O Banco do Brasil é um dos maiores cotistas do fundo Visanet, composto por outras instituições financeiras.

O relator da CPMI, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), criticou as dificuldades que têm sido colocadas pelo BB nas investigações conduzidas pela comissão. "Temos o nosso levantamento e existe a auditoria do Banco do Brasil. A análise feita pelo banco é de difícil compreensão e, por isso, eu queria ouvir os auditores", afirmou Serraglio.

Serraglio destacou, no entanto, que o Banco do Brasil enviou "um alerta" à CPMI informando que os auditores estavam protegidos pelo sigilo e não poderiam depor, "numa clara demonstração de que não repassariam as informações e, por isso, resolvi ouvir os diretores".

O relator disse, ainda, que o seu trabalho tem sido prejudicado em várias linhas de investigação, na medida em que não consegue avançar por causa de obstruções nas votações de requerimentos, ora da bancada da oposição, ora do governo.

Hoje, por exemplo, não foram votados, por falta de acordo, requerimentos que pediam informações ao Ministério Público e Polícia Federal sobre o andamento das investigações sobre a lista de Furnas. Esta lista envolve nomes de políticos de 12 partidos que teriam recebido recursos de caixa dois da empresa, por meio do ex-diretor Dimas Toledo.

Serraglio disse que estava pronto um pedido de quebra dos sigilos bancário, fiscal e contábil do Partido dos Trabalhadores (PT). O requerimento não foi votado e o relator disse que "vai refletir" se insistirá ou não na sua apreciação na próxima reunião administrativa prevista para a próxima semana. "Tenho dificuldades, mas tenho a confiança de que se não conseguir concluir (as investigações), vou deixar encaminhamentos para que continuem a ser conduzidas pelo Ministério Público e Polícia Federal", afirmou.

Voltar ao topo