CPI deve colocar frente a frente envolvidos em negociações com a Gtech

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a relação das casas de jogos com o crime organizado e a lavagem de dinheiro (CPI dos Bingos) deve colocar frente a frente na próxima terça-feira (27) o ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República, Waldomiro Diniz, o ex-secretário da prefeitura de Ribeirão Preto na Gestão de Antonio Palocci, Rogério Buratti, o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, o ex-advogado da multinacional Gtech, Enrico Gianelli, e o diretor da Gtech que esteve à frente das negociações da renovação do contrato da multinacional com a Caixa Econômica Federal, Marcelo Rovai.

Waldomiro Diniz foi acusado pela deputada estadual Cidinha Campos (PDT-RJ) de liderar um esquema de corrupção no estado do Rio de Janeiro quando foi presidente da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro). Ele aparece em uma gravação de vídeo supostamente cobrando propina de Carlinhos Cachoeira.

Rogério Buratti é acusado pelo ex-diretor Marcelo Rovai e o ex-presidente da Gtech, Antônio Carlos Lino da Rocha, de ter sido indicado pelo ex-assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, para influenciar na renovação do contrato da Gtech com a Caixa. Os ex-diretores da Gtech já afirmaram na CPI dos Bingos que a empresa foi "vítima de extorsão".

Enrico Gianelli é acusado de ser o principal intermediário no suposto processo de contratação de Rogério Buratti pela Gtech, para facilitar a renovação do contrato entre a Caixa e a multinacional que tem a monopólio dos sistemas lotéricos. Entre 13 de março de 2003 e 9 de março de 2004, Buratti e Gianelli trocaram 49 ligações telefônicas, de acordo com a quebra de sigilo telefônico apresentada pela CPI. A maioria dessas ligações foi feita em março de 2003, em data próxima à da renovação do contrato da Caixa com a Gtech, na primeira semana de abril.

O depoimento marcado para hoje (22), do deputado federal Luiz Eduardo Greenhalg (PT/SP), foi transferido para próxima quarta-feira (28), quando também será ouvido o ex-presidente da Leão Ambiental, Wilney Barquete. A empresa é acusada de ter pago propina mensal de R$ 50 mil ao então prefeito de Ribeirão Preto e atual ministro da Fazenda Antonio Palocci.

Voltar ao topo