Costa autoriza Procuradoria a quebrar seus sigilos bancário, fiscal e telefônico

Brasília – O ex-ministro da Saúde Humberto Costa entregou nesta quinta-feira (31) à Justiça Federal autorização para a quebra dos seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, da esposa e dos filhos. Segundo Costa, essa é a forma de dizer que não teme investigações. A Procuradoria da República do Distrito Federal analisa o pedido de indiciamento do ex-ministro feito pela Polícia Federal no mês passado. Ele é acusado de envolvimento na compra irregular de hemoderivados no Ministério da Saúde, investigada pela Operação Vampiro.

?Sou inocente. Fui indiciado de forma inadequada, e quero que o mais rapidamente possível se estabeleça a verdade. Qualquer investigação séria que se faça vai comprovar que fui a pessoa que denunciou o processo, que tomei todas as atitudes necessárias para evitar que essa quadrilha atuasse no ministério. Estou, na verdade, sendo punido pelo fato de ter denunciado?, reclamou.

Ele se encontrou com o procurador Gustavo Peçanha, responsável pelas investigações da Operação Vampiro. ?A conversa foi no sentido de mostrar a minha inocência, no sentido de pedir que houvesse da parte dele um processo de avaliação muito criteriosa para o oferecimento ou não da denúncia?.

O ex-ministro atribuiu seu indiciamento a uma ?armação política?, já que, segundo ele, vem crescendo nas pesquisas na disputa pelo governo de Pernambuco. ?No momento em que venho crescendo nas pesquisas de opinião, esse processo vem a público. Portanto, eu só posso imaginar que há um interesse político por trás disso?, comentou.

Ele classificou o indiciamento de ?precipitação?. ?Me parece que, nesse caso, houve uma precipitação em estabelecer esse indiciamento. Houve, no meu ponto de vista, um erro por parte do delegado?, acrescentou.

O ex-ministro disse que a única acusação que pesa contra ele é o depoimento do empresário Laerte Correa, que segundo Costa, não pode ser levado em conta. Em depoimento, o empresário citou o nome do ex-ministro.

Humberto Costa disse que proibiu Laerte Correa de ser recebido por funcionários do alto escalão do Ministério da Saúde porque tinha informações das atividades irregulares dele.

O ex-ministro disse, ainda, que está à disposição da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas para prestar esclarecimentos, ?mas agora não vejo mais sentido porque a denúncia que havia era uma insinuação do Vedoin e na CPI ele negou peremptoriamente que eu tivesse qualquer participação nesse esquema, tivesse recebido ou oferecido qualquer tipo de vantagem a ele?, disse.

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