Corpo do deputado Enéas Carneiro será cremado no Rio de Janeiro

O corpo do deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), de 68 anos, será velado nesta segunda-feira no cemitério do Caju no Rio de Janeiro, segundo informações do Memorial do Carmo. De lá, o corpo segue para a cremação, que está marcada para as 14 horas, no Crematório da Santa Casa de Misericórdia do Rio, no mesmo bairro. O deputado morreu na tarde de domingo, no Rio, em decorrência de uma leucemia.

Famoso pelo bordão, gritado em voz estridente, ?meu nome é Enéas?, que usou em todas as campanhas eleitorais, o deputado Enéas Carneiro celebrizou-se também pela calva e a barba que ostentava, até ficar doente. Em abril do ano passado, apareceu sem a barba negra, tirada por achar que o deixava com aparência doentia. Na época, da tribuna da Câmara, trocou o bordão: ?sem barba ou com barba, meu nome é Enéas?.

Personagem do folclore político brasileiro, foi eleito deputado federal pelo Partido da Reedificação da Ordem Nacional (Prona), que fundou em 1989, com 1.573.112 votos em 2002, a maior votação nominal para o cargo na história do Brasil. Antes, havia concorrido três vezes à Presidência da República, obtendo resultados surpreendentes, com discursos rápidos e retórica ultranacionalista. Em 2006, conseguiu a reeleição à Câmara e deveria ficar no cargo até 2010. Três anos antes, teve seu sigilo bancário e fiscal quebrado, sob acusação de venda de candidaturas na chapa do Prona. As vagas custariam R$ 7 mil aos interessados.

Nascido em Rio Branco (AC), em 5 de novembro de 1938, filho de um barbeiro e uma dona de casa, Enéas Carneiro perdeu os pais aos 9 anos. Cursou a Escola de Medicina e Cirurgia no Rio e fez mestrado em cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Enéas concorreu à Presidência pela primeira vez em 1989. Com 17 segundos de tempo de TV, conseguiu 360 mil votos. Voltou a concorrer em 1994 e ficou em terceiro lugar; em 1998 obteve o quarto lugar.

Crítico do presidente Lula (PT), passou a integrar, a contragosto, a base do governo após a fusão do Prona com o PL, que criou o PR.

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