Corinthians, com dois a menos, segura 0 a 0 no clássico

Com dois jogadores a menos em campo desde os 25 minutos do primeiro tempo, o Corinthians conseguiu hoje garantir um empate por 0 a 0 com o São Paulo, no Estádio do Morumbi. Um resultado considerado excelente para o time alvinegro pelas circunstâncias – teve chance até de ganhar o jogo -, e péssimo para o time tricolor, que acumula mais um tropeço e segue com problemas.

Na classificação do Campeonato Brasileiro, o resultado não ajudou muito: o time de Parque São Jorge foi a 27 pontos e continua próximo da zona de rebaixamento. Mas na prática encheu de moral um time que está invicto e não sofre gol há quatro jogos. O São Paulo, por outro lado, permanece na liderança, com 43 pontos, mas vê sua confiança abalada pela inoperância no ataque.

O que prejudicou o Corinthians foi a confusão entre vontade de vencer com violência. Em 25 minutos, teve dois jogadores expulsos por agressões por trás e complicou ainda mais sua missão de acabar com os 10 jogos sem triunfos sobre o rival. O primeiro vacilo foi do estreante César. Logo aos quatro minutos, o lateral-esquerdo chutou Souza em lance no campo de ataque e foi imediatamente expulso. Aos 25, foi a vez de Eduardo Ratinho acertar uma tesoura em Thiago, que, mesmo no campo de ataque, carregava a bola em direção contrária ao gol corintiano. Cartão vermelho imediatamente.

O tão aguardado clássico virou, então, um treino de ataque contra defesa, mas valendo três pontos. Muricy Ramalho tirou o ala-direito Souza e colocou o jovem atacante Tadeu, estreante no time principal. Leão, que já tinha trocado Roger por Gustavo Nery na primeira expulsão, recuou seus oito jogadores de linha para o campo de defesa. Até Amoroso ajudou dando chutão de dentro da área.

Apesar de todas as vantagens, o São Paulo abusou da lentidão na troca de passes e esbarrou no ferrolho alvinegro. Com todas as dificuldades, foi do Corinthians a chance mais clara do primeiro tempo: aos 45, Rafael Moura saiu na cara do gol e bateu em cima de Rogério Ceni.

O nervosismo era explícito. O São Paulo, por não ter conseguido assustar efetivamente na primeira etapa, e o Corinthians, obviamente pelos dois desfalques. Na descida para o vestiário, Leão chamou o assistente Roberto Braatz, com quem já havia discutido na derrota para o Grêmio, há duas semanas, de "porcaria" e o acusou de ter ameaçado Carlos Alberto de agressão.

Muricy aumentou a blitz são-paulina colocando Danilo no lugar de Edcarlos no intervalo. Leão tentou dar mais fôlego ao Corinthians trocando Carlos Alberto e Amoroso por Rosinei e Renato.

O São Paulo encurralou o rival no campo de ataque, jogando principalmente com Júnior e Danilo pela esquerda. Criou mais chances do que na primeira etapa, mas parou na trave – duas vezes, com Tadeu e Danilo – no excesso de bolas levantadas na área.

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