Coreia do Norte pode derrotar o Brasil, diz Rooney asiático

Stephane de Sakutin/AFP

O jogador mais conhecido da seleção da Coreia do Norte, Jong Tae-Se, disse nesta terça-feira que quer mudar a imagem de seu país e mostrou-se convencido de que sua equipe pode derrotar o Brasil no dia 15 de junho, na estreia de ambas as seleções na Copa do Mundo.

“Somos orgulhosos, podemos vencer o Brasil. Todo mundo pensa que não podemos vencer esta partida, mas temos um grande coração e um grande espírito”, disse o jogador antes de seu primeiro treino na África do Sul.

Conhecido como ‘Wayne Rooney da Ásia’, Jong Tae-Se, joga na J-League do Japão com o Kawasaki Frontale, e, apesar de não ter o mesmo futebol, apresenta pelo menos a mesma determinação da estrela do Manchester United.

Seu estilo de jogo é muito combativo, e lembra um pouco o do inglês. “Tenho orgulho deste apelido, mas meu modelo é mais o Didier Drogba, jogo como ele, sou um modelo para meus companheiros”, disse o norte-coreano, afinado nas palavras.

“Nossa mentalidade é como a da Alemanha”, acrescentou ao apresentar os pontos fortes de sua seleção, antes de dizer está feliz em ter que jogar naquele que é considerado por muitos o “grupo da morte” (G), com Brasil, Costa do Marfim e Portugal.

“Vocês mal conhecem a Coreia do Norte. O Mundial é a oportunidade de mudarmos a imagem que vocês têm de nosso país”, respondeu em um encontro com a imprensa a estrela da Coreia do Norte.

Os primeiros contatos da equipe com a imprensa internacional foram breves na segunda-feira, pois duas autoridades norte-coreanas, assustadas com o assédio da imprensa internacional, anularam qualquer possibilidade de contato com os jogadores e com o treinador no estádio Makhulong.

Nesse mesmo local, 16 torcedores ficaram feridos em um tumulto na partida de preparação para a Copa entre as seleções da Coreia do Norte e da Nigéria, no domingo passado.

Mas os norte-coreanos se adaptam aos poucos à marcação cerrada dos meios de comunicação, e Jong Tae-se pôde responder às perguntas da imprensa durante cinco minutos nesta terça-feira em uma pequena sala de 20 metros quadrados, na qual se amontoavam pelo menos cinquenta jornalistas.

O atacante do Kawasaki Frontale é a principal arma da ‘Chollima’, como é chamada a seleção norte-coreana em referência a um cavalo indomável da mitologia asiática.

Jong Tae-se é o único atacante da equipe norte-coreana, que joga com um esquema tático 5-4-1, uma espécie de ‘ferrolho’ asiático, e é o responsável por puxar a defesa adversária, abrindo espaços para seus companheiros.

Ele tem uma trajetória profissional atípica porque poderia ter sido convocado para jogar pela seleção do Japão ou pela Coreia do Sul, mas escolheu a do Norte. “Cresci com as imagens de 1966”, ressaltou, referindo-se à campanha heróica de seus compatriotas há 44 anos, na Copa do Mundo da Inglaterra.