Contas externas tiveram déficit no mês de junho, revela Banco Central

Brasília – O balanço de pagamentos das contas externas brasileiras foi deficitário em US$ 614 milhões no mês de junho, apesar do alto superávit de US$ 4,081 bilhões no balanço comercial (exportações menos importações). Os investimentos em carteira tiveram déficit de US$ 4,533 bilhões no mês e a conta de transações financeiras fechou com saldo negativo de US$ 587 milhões.

Os números foram divulgados no relatório de junho sobre Setor Externo, elaborado pelo Departamento Econômico do Banco Central. O documento mostra que os serviços tiveram saídas líquidas de US$ 1,018 bilhão no mês por conta de gastos com viagens internacionais, aluguel de equipamentos, serviços de informática e pagamentos de ?royalties? e licenças, principalmente.

De acordo com o relatório do Banco Central, os investimentos estrangeiros diretos no setor produtivo somaram US$ 1,061 bilhão em junho, em um patamar menor que os US$ 1,325 bilhão registrados no mesmo mês do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, os investimentos chegam a US$ 7,386 bilhões, também abaixo dos US$ 8,514 bilhões contabilizados em igual período de 2005.

O relatório do Banco Central mostra, ainda, que a dívida externa foi estimada em US$ 157,666 bilhões no final do mês passado, com queda de US$ 8,986 bilhões em relação ao último saldo consolidado, em março deste ano, quando a dívida externa contabilizava US$ 166,652 bilhões.

A diferença cresceu em junho por causa do ingresso de US$ 490 milhões de empréstimo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da recompra de US$ 1,433 bilhão em títulos e da amortização de US$ 148 milhões na troca de Bônus Global 30 por Global 34.

A dívida externa de médio e longo prazos somava US$ 140,188 bilhões no final de junho, com redução de US$ 8,649 bilhões na comparação com a dívida de março; e a dívida de curto prazo, com vencimento nos próximos 12 meses, registrava US$ 17,478 bilhões, com queda de US$ 337 milhões no trimestre.

Vale lembrar que os compromissos de curto prazo são todos dos bancos públicos e privados. O setor público não-financeiro é responsável por US$ 75,377 bilhões da dívida e o restante pertence à rede bancária.

Enquanto isso, as reservas internacionais tiveram redução de US$ 63,381 bilhões, em maio, para US$ 62,670 bilhões, com queda de US$ 711 milhões em junho. Mês em que não houve intervenções do BC no mercado doméstico de câmbio, e as operações externas propiciaram despesas líquidas de US$ 526 milhões.

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