Consumo de energia bate recorde no horário de pico

O consumo de energia elétrica no País bateu ontem o recorde histórico no horário de pico (demanda instantânea), ao atingir 62.435 MW às 19h13min, conforme dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O consumo médio (ao longo do dia) também está acima do registrado até o mês passado, refletindo o forte calor dos últimos dias nas regiões Sul e Sudeste. Ontem, por exemplo, a média ficou em 54.544 MW médios, conforme o acompanhamento do ONS. Na avaliação de técnicos do setor, porém, o pico na demanda reflete mais o término do horário de verão, do que um aumento forte no consumo como um todo.

Como o dia está mais "curto" (com a mudança de horário), as indústrias ainda estão operando quando os consumidores retornam às suas residências, ligando eletrodomésticos. Esse consumo adicional se soma ao do setor industrial, especialmente no horário entre as 18h e as 21 horas. "Os dados mostram que o horário de verão reduz pouco o consumo global de energia, mas tem grande influência na demanda instantânea", explicou o especialista.

Os dados do ONS mostram que, embora as hidrelétricas continuem vertendo (liberando água sem a geração de energia), há menos água nos reservatórios. Ontem a usina de Itaipu, a maior do País verteu "apenas" 7.575 metros cúbicos por segundo, cerca de um terço do observado em meados do mês passado. Na bacia do rio Grande, nas divisas entre Minas Gerais e São Paulo, o ONS está conseguindo aproveitar quase toda a água, só vertendo cerca de 1.100 metros cúbicos por segundo nos reservatórios no final da cadeia (Marimbondo e Água Vermelha).

Na bacia do rio Paranaíba, entre Minas Gerais e Goiás, o maior volume de água liberada tem sido na hidrelétrica de São Simão, com 3.750 metros cúbicos por segundo. No rio São Francisco, porém, quase todos os grandes reservatórios estão liberando grande volume de água, ao redor de 4.000 metros cúbicos por segundo. Na região Sul, o ONS está conseguindo aproveitar praticamente toda a água de chuva, já que os reservatórios da região ainda não atingiram a capacidade máxima de armazenamento.

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