Consumidor ‘menos abastado’ está comprando mais na internet

O comércio eletrônico está deixando de ser uma terra apenas para os gigantes digitais e vem conquistando também a confiança da micro e pequenas empresas do País. Segundo Pedro Guasti, diretor-geral do E-Bit, uma empresa de marketing online que realiza pesquisas sobre hábitos e tendências de e-commerce no Brasil, o consumidor menos abastado (com renda média entre R$ 1.000 e R$ 3.000) está comprando mais pela internet. No último ano, foi um crescimento de 37% nesta faixa.

?O acesso ao crédito e a facilidade de pagamentos, além do acesso digital, está trazendo este público para o comércio eletrônico. Pode ser um grande caminho para os pequenos negócios?, afirmou.

Guasti participou nesta terça-feira (6) do seminário ‘Comércio Eletrônico para a Micro, Pequena e Média Empresa’, o primeiro de oito eventos que acontecerão em algumas cidades brasileiras até o final de abril. Mais de 200 pessoas, a maioria empresários de pequenos negócios, participaram do evento no auditório da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), promovido pelo Sebrae, Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara e-net) e Correios.

Segundo o diretor-geral, está havendo também uma mudança de comportamento nas compras de produtos na internet. Em 2002, os produtos mais vendidos eram CD, DVD e vídeos (cerca de 40% das vendas na internet). Em 2006, esse percentual caiu para 17%.

?A grande surpresa são os eletrônicos, produtos de beleza e saúde , informática e telefonia celular?, diz.

Outra vantagem para a micro e pequena empresa que quer concorrer com sua loja virtual são os links patrocinados em sites de busca como o Google. O anunciante paga apenas quando um usuário clica no anúncio. Esse valor é chamado de custo por clique (CPC). Quanto mais vantajoso for o anúncio para o cliente, mais posições ele consegue atingir no Google. Assim as pequenas empresas criativas e com bons produtos acaba concorrendo de maneira justa com os grandes portais comerciais.

Para Juan Quinteros, do BuscaPé, a internet está conseguindo democratizar o comércio no Brasil porque destaca as marcas independentemente do tamanho da empresa. Para anunciar no BuscaPé não é necessário ter um site. ?Desenvolvemos uma plataforma que possibilita ao pequeno lojista ou prestador de serviços que não possui site interagir com o cliente?.

Essa ferramenta é o telefone PPC (Pague por Chamada). O empresário faz o anúncio do produto e o BuscaPé fornece um número de telefone que é direcionado para sua loja ou empresa. ?Esse produto oferece ao cliente, além do número do telefone, acesso à gravação digital e à identificação da chamada. O melhor: é totalmente gratuito?, diz Quinteros.

O telefone PPC começou a operar em dezembro do ano passado. Segundo o representante da BuscaPé, até o final de janeiro já foram feitas 18 mil ligações.

Para quem não tem um site e quer desenvolver um, os Correios têm uma plataforma para o desenvolvimento de sites, o CorreiosNet Shopping, dedicada à hospedagem de micro e pequenas empresas e cooperativas. Além disso, estão desenvolvendo também um produto de mala direta digital. ?É o Clube de Relacionamento, cujo objetivo é proporcionar uma ferramenta de marketing direto ao empresário. Vamos auxiliá-lo desde o planejamento, mailing, criação, produção, impressão, distribuição, entrega e análise de resultados?, diz o Alexandre Case, gerente do escritório de consultoria em marketing direto dos Correios.

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