Construção civil retoma fôlego com investimentos de R$ 80 bilhões

A construção civil deve voltar a crescer com força este ano, depois do desempenho medíocre em 2005. A estimativa dos empresários do setor é de que os investimentos em obras públicas e o crédito para habitação cheguem a R$ 80 bilhões, mais que o triplo do valor desembolsado no ano passado – ao redor de R$ 25 bilhões. Só dos cofres do governo federal sairiam cerca de R$ 29 bilhões.

"Se metade disso for aplicado, já será bem mais do que no ano passado", diz João Carlos Robusti, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP). Sua expectativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor cresça 5,1%, ante 1,3% em 2005. As construtoras já sentiram a melhora nos negócios. Pela primeira vez desde fevereiro de 2002, o indicador de desempenho das empresas da construção, calculado trimestralmente pelo SindusCon e pela GVconsult, empresa de pesquisas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou alta significativa: numa escala de 0 a 100, o índice chegou a 43,4, o que representou um salto de 14% em relação às sondagens de novembro e fevereiro de 2005. Os dados referem-se aos três meses anteriores à realização da pesquisa, concluída em fevereiro. Até então, o indicador estava estagnado. Foram entrevistadas 260 empresas.

Outro dado da pesquisa aponta para a mesma direção. O indicador de perspectiva de desempenho futuro das empresas cresceu 9% e 13,5%, em relação às pesquisas de novembro e fevereiro do ano passado, respectivamente. Além desse salto, o indicador atingiu 50,2. "Mais do que uma tendência, a sondagem mostrou que os empresários não estão pessimistas com as perspectivas de suas empresas", observa o presidente do SindusCon. Os números acima de 50 podem ser interpretados como desempenho favorável.

Essas melhoras vieram em linha com outro indicador importante para as construtoras. O índice de dificuldades financeiras das empresas caiu 3% em relação à pesquisa de novembro e 8% na comparação com a de fevereiro de 2005.

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