O Conselho de Ética da Câmara vai pedir formalmente ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que coloque em votação no plenário o processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP), no próximo dia 9, data originalmente marcada por Rebelo. Proposta foi do deputado Cezar Schirmer (PMDB-RS) e aprovada há pouco, em votação simbólica. A deputada Angela Guadagnin (PT-SP) e os deputados Benedito de Lira (PT-AL) e Josias Quintal (PSB-RJ) foram contra a proposta.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse que conversou com o secretário da Mesa e teve a informação de que é possível, regimentalmente, que o pedido de cassação a ser votado hoje pelo Conselho seja apreciado pelo plenário na noite da próxima quarta-feira. O presidente da Câmara argumenta que prefere colocar o processo em votação em dia de quórum alto. "Não ter quórum quarta-feira à noite é depreciativo à Câmara. É evidente que com um caso dessa repercussão haverá quórum", disse Sampaio, ressaltando a importância de se votar no dia 9, dentro do prazo inicial para a conclusão do processo em 90 dias, como prevê o código de ética. Sampaio lembrou que a prorrogação de 45 dias, aprovada nesta semana pelo plenário, foi apenas um ato preventivo.
A deputada Angela Guadagnin foi a primeira a falar e já manifestou, como fez na sessão anterior, o seu voto contrário ao pedido de cassação de Dirceu. Ela apresentou uma complementação de se voto, reafirmando que não há nenhuma prova que configure ato incompatível com o decoro parlamentar. A deputada argumentou desta vez que não houve isonomia na apreciação do processo de Dirceu com o processo do deputado Sandro Mabel (PL-GO). No caso de Mabel, segundo a deputada, foi levada em consideração "a presunção de inocência". "Não posso admitir que a presunção de inocência valha para um e não para outro", disse. A votação de hoje no Conselho deve repetir o mesmo placar da semana passada de 13 votos a um a favor do relatório do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que defende a cassação de Dirceu.
Na sessão de hoje os deputados estão dispondo de menos tempo para manifestar suas posições. Além de Angela Guadagnin já falaram os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Nelson Trad (PMDB-MS).