Confederação contesta pela segunda vez as contas do IBGE

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) voltou a contestar os dados sobre a produção industrial divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, disse que, assim como em dezembro, a produção da indústria em janeiro se manteve estável na comparação com o mês anterior. Ao invés de uma queda de 1,3% em relação a dezembro, como divulgou o IBGE, ele calcula que houve um aumento de 0,3% na produção industrial.

Ele acredita que a queda apontada pelo IBGE reflete as distorções dos dados de dezembro. No mês passado, Castelo Branco já havia contestado o crescimento de 2,3% em dezembro ante novembro, apontado na série livre de influências sazonais do IBGE. Para ele, as distorções foram provocadas por dois fatores: o fato de dezembro ter tido dois dias úteis a mais que nos anos anteriores, já que as festas de final de ano caíram em um domingo; e a utilização pelo IBGE de uma série histórica muito longa, de mais de dez anos.

Os dois dias úteis a mais não teriam sido considerados pelo modelo de dessazonalização adotado pelo IBGE, o que teria distorcido o resultado de dezembro. Na ocasião, Castelo Branco já anteviu a possibilidade de os dados em janeiro serem negativos quando comparados com dezembro. Para a CNI, um ajuste nos dados do IBGE mostra que ao invés de um crescimento de 2,3%, a produção industrial caiu 0,2% em dezembro.

Castelo Branco alertou que os dados de fevereiro podem trazer ainda algumas distorções. Ele ressalta que a CNI não está questionando o levantamento em si, mas a dessazonalização feita pelo IBGE. O importante, segundo ele, é mostrar que não está havendo saltos na produção.

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