Comissão Européia impõe nova derrota para Monsanto

A Comissão Européia ? que defende os interesses da União Européia, em decisão recente, rejeitou pedido da multinacional Monsanto, que exigia o pagamento de royalties sobre derivados da soja produzida com semente transgênica de sua marca na Argentina.

"A proteção da patente não pode ser estendida aos produtos derivados nos quais a informação genética é residual e já não exerce função". O argumento é da Direção Geral de Mercado Interior e Serviços da Comissão Européia, para rejeitar as alegações da multinacional Monsanto.

Durante o último ano e meio, a Monsanto tentou embargar todos os embarques de farinha de soja argentina que chegavam ao continente europeu. A multinacional, que começou a introduzir soja transgênica na Argentina de, na década de 90, também moveu ações judiciais contra as empresas européias que importavam o produto em forma de grão, farinha e pellets. O governo argentino contratou um escritório jurídico da Europa, especializado em patentes e se apresentou como terceira parte nos processos que a Monsanto ajuizou contra os importadores.

O ministro da Agricultura, Miguel Campos, esclareceu que na Argentina só é permitida a cobrança de royalties sobre as sementes.O governo argentino questionou a pretensão junto às autoridades da União Européia, apresentando-se como terceira parte em defesa das exportações de seu país.

"Há poucos dias estávamos protestando, realizando manifestações com tratores, mas hoje devemos reconhecer que a ação do Ministério da Agricultura em defesa da produção Argentina é elogiável". Afirmação é de Eduardo Buzzi, presidente da Federação Agrária Argentina, explicando que a decisão contra a Monsanto, pode significar um benefício de US$ 300 milhões ao ano, o que corresponde a aproximadamente dez por cento dos US$ 3,6 bilhões que a Argentina exporta em soja e sub-produto.

?A decisão da Comissão Européia é muito importante, pois deixa claro que o objetivo da Monsanto não é o melhoramento genético, como anuncia, mas a cobrança de royalties sobre royalties. É um precedente que deverá ser levado em conta em casos similares de controle de patenteamento que pretende exercer nos diversos postos de embarque e desembarque?.

O comentário é do doutor em Direito com a tese "Transplantes de Órgãos e a Invasão Moderna do Corpo", José Antonio Gediel, lembrando que existe controle sobre os grãos que saem da propriedade para comercialização, no porto de saída, no porto de desembarque.

Voltar ao topo