Comissão especial do salário mínimo quer ouvir candidatos à Presidência

Brasília – A comissão especial mista que discute a adoção de uma política permanente para o salário mínimo pretende convidar os candidatos à Presidência da República para discutirem, em audiências públicas, suas idéias sobre a questão. A proposta, apresentada pelo relator, senador Paulo Paim (PT-RS), foi acatada pelo presidente da comissão, deputado Jackson Barreto (PTB-SE), na reunião de hoje (7) à tarde.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), a questão do salário mínimo tem que estar atrelada "a discussões sobre uma política estrutural no país, e não meramente à fixação anual de reajustes, como acontece atualmente". Cristovam lembrou que, em Cuba, "o salário básico é infinitamente menor do que no Brasil", mas ressaltou que "o trabalhador mal sabe quanto paga de tarifa de energia elétrica, tão irrisório é o valor, e não tem gastos com educação e saúde".

A senadora Heloísa Helena (Psol-AL) afirmou que não há como separar as discussões sobre salário mínimo de uma mentalidade ideológica sobre a condução da política macroeconômica. "A não ser que se ache que chegamos ao fim do mundo", disse a senadora. Para ela, "essa é a visão dos neoliberais na atualidade".

Jackson Barreto defendeu a fixação do salário mínimo anual antes da proposta orçamentária e pbservando sempre a reposição de inflação dos dois últimos anos. Segundo o deputado, só assim será possível equilibrar o poder de compra do mínimo, assunto que já foi debatido com as centrais sindicais.

O vice-presidente da comissão, deputado Walter Barelli (PSDB-SP), destacou o fato de o Brasil ter assinado compromisso, dentro das Metas do Milênio, de reduzir a pobreza pela metade até 2.015, e o salário mínimo, segundo ele, é um dos caminhos para isso. "A comissão quer um projeto para o Brasil, e precisamos saber quanto tempo leva para que esse caminho possa ser percorrido". De acordo com Barelli, "uma das formas é haver da parte do governo uma posição clara sobre política macroeconômica e a Previdência Social, por ser o segmento que sofre o maior peso com o valor do mínimo".

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