A Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos realizou na última sexta-feira (22), no município de Porto Rico (região Noroeste do Estado), a solenidade de abertura da temporada de plantio de 8 milhões de mudas para recuperação da mata ciliar. O município foi escolhido para receber a solenidade por apresentar ótimos resultados na recuperação da vegetação às margens dos rios que o cortam ? 92% já estão em processo de recomposição da mata ciliar.
O prefeito do município, Walter Romão de Oliveira, atribui este alto índice ao trabalho realizado em parceria com o Governo do Estado. ?Recebemos toda a infra-estrutura e as orientações necessárias para desenvolver as mudas em nosso município, o que facilitou o envolvimento dos produtores?, destacou.
?Também já estamos percebendo os resultados do trabalho de conscientização feito pela Secretaria: quase todos os produtores têm sua área de preservação permanente averbada em cartório, conforme determina a legislação?, disse o prefeito. ?A conservação das matas ciliares é uma realidade em Porto Rico?, completou. O Código Florestal (Lei n.° 4.771/65) inclui desde 1965 as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente.
Todos os 399 municípios do Estado estão participando da ação realizada pela Secretaria, plantando pelo menos 20 mil mudas em cada localidade. ?Esta mobilização se tornou possível graças à adesão de parceiros, como as prefeituras, que estão auxiliando o governo do Estado no trabalho de conscientização de toda a sociedade sobre a importância da recuperação e preservação das matas ciliares?, destacou a coordenadora do plantio, Ângela Carvalho.
?Algumas regiões devem superar este número (20 mil mudas), como é o caso de Luiziana, na região central do Estado, que está promovendo o plantio de 37 mil mudas em cerca de 30 propriedades?, completou.
Assim como Porto Rico e Luiziana, mais 250 prefeituras receberam viveiros, doados pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), para desenvolver e distribuir suas próprias mudas, de acordo com as necessidades e características da sua região.
Parcerias
Além de parcerias com as prefeituras, o Governo do Estado vem praticando a transversalidade, por meio da integração das ações para recomposição da mata ciliar desenvolvidas pela Secretaria do Meio Ambiente com o trabalho realizado por outros órgãos do governo – como a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (através da Emater) e a Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral, que está orientando as ações do programa de acordo com os recursos disponibilizados pelo Estado.
As secretarias do Emprego e Promoção Social, Educação e de Justiça e Cidadania também vem desenvolvendo programas de inclusão social relacionados às ações de recomposição da mata ciliar. Menores Infratores, alunos de 15 Colégios Agrícolas Estaduais e presos do sistema penitenciário estão trabalhando na produção de mudas em viveiros doados pelo Instituto.
Sanepar e Copel estão contribuindo. ?A Sanepar recebeu 10 viveiros para a produção de mudas que estão auxiliando no reflorestamento da mata ciliar nos mananciais de abastecimento e também já promovemos a instalação de nove quilômetros de cerca na Área de Preservação Ambiental (APA) do Iraí, com a ajuda de 15 detentos da Colônia Penal Agrícola?, destacou a diretora de Meio Ambiente da Sanepar, Maria Arlete Rosa. Em Campo Mourão, a Sanepar também está plantando mudas na microbacia do rio do Campo durante o mês de setembro.
Os viveiros da Copel e Itaipu também estão fortalecendo a produção de mudas para plantio às margens dos reservatórios de usinas hidrelétricas. A Usina Santa Clara, por exemplo, plantou mata ciliar em uma área de 400 hectares ? que já receberam cerca de 160 mil mudas, formando um corredor com 90 quilômetros de extensão. Já na Usina Fundão, estão sendo plantadas 40 mil mudas em 100 hectares, com 20 quilômetros de corredor. As 200 mil mudas foram desenvolvidas em viveiros doados pelo IAP a Copel.
A Secretaria do Meio Ambiente conta ainda com o apoio de outras instituições para a recomposição da mata ciliar. São cooperativas, universidades e APAEs que atuam em conjunto com o governo do Estado na luta pela recuperação e conservação da cobertura florestal.
A assinatura de convênios com as cooperativas Lar, Integrada, Corol, Cocamar, Agrária Mista Entre Rios e Copacol já proporcionou a adesão de mais de 25 mil produtores rurais, associados às Cooperativas, para recomposição da mata ciliar em suas propriedades.
A Copacol, por exemplo, possui 4,3 mil associados e está recompondo a mata ciliar em 40 nascentes e minas de água. Outros cinco mil associados à Cooperativa Integrada também estão recebendo orientações para conscientização sobre a mata ciliar. O assessor ambiental da Cocamar (que conta com 6,6 mil associados), Osvaldo Danhoni, destacou que a cooperativa irá colaborar com o plantio das 8 milhões de árvores distribuindo entre seus associados 60 mil mudas.
?Também estamos incentivando o abandono das áreas, para a recomposição natural da vegetação. Mata ciliar é assunto freqüente nas reuniões promovidas pela Cocamar?, disse Danhoni. Ele ainda destacou que a cooperativa é parceira da Secretaria do Meio Ambiente em dois viveiros : uma na penitenciária de Paisandu e outro na APAE de Maringá. ?Somente na penitenciária, desde julho foram produzidas mais de 17 mil mudas. E na APAE, outras 15 mil?, informou Danhoni. ?Estas pessoas que muitas vezes são excluídas agora se sentem valorizadas e, assim, valorizam também o meio ambiente?, completou.
?O governo tem plena consciência da importância da participação de cada agricultor, cada cooperativa, cada município e cada instituição. A participação da população é a única garantia de que as árvores plantadas cresçam e, com elas, a consciência das pessoas?, concluiu o diretor de Desenvolvimento Florestal do IAP, Paulo Roberto Caçola.