Comandante confirma que PF e MPF investigarão

Um dia após a abertura de Inquérito Policial-Militar (IPM), o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, confirmou hoje que a Polícia (PF) e procuradores do Ministério Público Federal (MPF) participarão das investigações sobre as denúncias de queima de documentos da época do regime militar. Bueno evitou acusações diretas, mas demonstrou as desconfianças dos militares de uma possível armação do episódio em que foram gravadas imagens de arquivos queimados na Base Aérea de Salvador (Basa).

"Nunca falei que alguém colocou algum documento em algum lugar, mas documento não tem perna, não anda", disse, irritado, ao deixar hoje o plenário da Câmara, onde participou de uma homenagem ao Dia do Marinheiro. "Queremos descobrir quem colocou por que colocou e a quem interessa serem colocados (os documentos nas instalações da Aeronáutica)", afirmou, referindo-se à abertura do inquérito para esclarecer as circunstâncias do caso. Ele disse ainda que a PF e o Ministério Público ajudarão nas perícias dos arquivos.

Sobre uma nova pilha de documentos encontrados nas instalações militares na capital baiana, o comandante da Aeronáutica não soube detalhar que tipo de papéis são, mas afirmou que eles permanecem sob a guarda do comando da Base Aérea no Estado. Bueno afirmou que os papéis não estão vulneráveis e que não há necessidade de medidas especiais para manutenção desses arquivos. "Acredito que nenhum documento classificado esteja vulnerável, pelo menos não deveria estar. Já existem medidas que fazem parte de cada organização militar para cuidar de seus documentos", afirmou.

Desde a divulgação das cenas gravadas dentro da Base Aérea que mostram cenas de restos de arquivos queimados, o comando da Aeronáutica insiste que a instituição não queimou os documentos e que a forma apresentada de destruição da documentação seria totalmente incompatível com as normas estabelecidas pela Aeronáutica para incineração de papéis oficiais.

Bueno disse hoje que a gravação dentro das instalações em Salvador foram feitas sem autorização do comandante local. Para integrantes da cúpula da Força Aérea, um dos passos fundamentais da investigação será esclarecer quem filmou os documentos. Bueno ainda evitou comentar a decisão do governo federal de abrir os arquivos militares. "Isso é um problema do governo e não da Força Aérea", disse.

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