Com queda na intenção de votos, Alckmin reforça críticas a Lula

Teresina – Pressionado pela queda nas pesquisas, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, reforçou o ataque ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e cobrou explicações públicas sobre seu suposto envolvimento nas denúncias de corrupção do governo. Além da desconfiança, o tucano considerou estranho o comportamento de Lula diante do episódio da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa, que envolveu integrantes do governo e culminou na demissão do ministro Antonio Palocci.

Para Alckmin, o presidente não assumiu nenhuma responsabilidade. "O presidente se esconde, faz de conta que não é com ele. Ele não fala, não presta contas à sociedade. Tem um fato gravíssimo: o governo que é fraco com o ladrão, foi violento contra um nordestino pobre, um moço de 24 anos", disse, recebendo aplausos de militantes e líderes políticos locais do PFL e do PSDB.

Pelo raciocínio de Alckmin, o presidente Lula, se soube da operação de quebra de sigilo, "tem toda responsabilidade e não tomou providências". E seria estranho não ficar sabendo de "de coisas que acontecem próximo a seu gabinete". Na mesma linha de Alckmin, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), cobrou também uma explicação pública de Lula.

Na cerimônia que selou a coligação PSDB e PFL, Alckmin iniciou sua campanha no nordeste e falou para cerca de 3 mil militantes dos dois partidos. Seu discurso de 20 minutos foi recheado de críticas ao governo que disse ser "fraco com os poderosos e fraco com os corruptos". "Mas violento com o caseiro Francenildo", bradou, recebendo aplausos. Para acrescentar: "Nós temos um governo sofrível; não temos governo. O presidente não governa, ele viaja e faz discurso".

Em relação à queda na pesquisa Datafolha, disse que não está preocupado, em entrevista no aeroporto. Entende que a campanha começa mesmo com o início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV, embora admita não ser conhecido fora de São Paulo. Todavia, destacou a vantagem atual de seu principal adversário que, segundo ele, "está todo dia na telinha". "Hoje tem-se um verdadeiro monólogo. Só o Lula fala. Não tem o contraditório, não tem o opositor", completou.

Embate de personalidades

Na sua avaliação, a polarização vai ficar mais nítida quando ele e Lula estiverem em situação semelhante na campanha. "Vamos ter um Fla x Flu. Quem quiser, vai estar de um lado. Quem não quiser, vai estar no outro", previu. Segundo Alckmin, a eleição é cada vez mais um "embate de personalidades" e, por isso mesmo, acredita que vai crescer bastante nas pesquisas. "Eleição é empatia", repetiu. Ao cobrar também eficiência de Lula, criticou a excessiva carga tributária afirmando que o governo não reparte nada com os Estados e Municípios, como também não faz investimentos.

"Onde estão as obras do governo?", perguntou. " É tudo virtual", respondeu, acrescentando ser necessário " fechar todas as torneiras do desperdício". Não poupou críticas ao que chamou de "aparelhamento da administração pública" pelo PT, o desencanto do povo com a política e a "enorme decepção com a frouxidão de natureza ética do PT". Segundo ele, não roubar e não deixar roubar é uma obrigação, e cobrou eficiência administrativa. "Não há governo ético se ele não é eficiente".

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