Com medo de punição, técnico do Palmeiras evita comentários

O técnico Emerson Leão "amansou" depois que ficou sabendo do conteúdo da súmula do jogo entre Palmeiras e Internacional, em que acabou expulso pelo árbitro Evandro Rogério Roman ainda no primeiro tempo. Mudou de postura exatamente para não complicar a sua situação.

Na tarde desta terça-feira, o treinador deu uma rápida passada pelo campo e ficou praticamente o resto da tarde acompanhando os bastidores do clube e, claro, tentando descobrir se seria ou não denunciado no STJD. A diretoria também aguardava uma resposta ? que não veio ? da CBF sobre o pedido de antecipação do jogo contra o Fluminense para sábado.

Depois, Leão fez questão de ir à sala de imprensa e antecipar a sua entrevista, que só deveria acontecer nesta quarta. Todos acreditavam que o técnico do Palmeiras mais uma vez dispararia contra a arbitragem, mas, para surpresa geral, ele não queria nem comentar sobre o que havia acontecido no Sul. Não quis nem dizer se estava arrependido. E foi bastante claro.

"O que eu tiver para falar, eu vou falar lá (no STJD). Não vai resolver nada falar para vocês (jornalistas) o que penso", repetiu duas vezes, diante da insistência de um repórter de televisão. Em seguida, deu sua pitada de ironia, quando questionado sobre o que havia de errado no relato feito pelo juiz paranaense e, principalmente, pelo delegado do jogo Paulo Ricardo dos Santos: "Tudo".

Nem parecia a mesma pessoa que, durante toda a semana passada, se mostrava preocupada com a escala do jogo de Porto Alegre. "Me disseram que esse juiz (Roman) tem 32 anos. Acho que é pouca idade para um jogo tão importante. E se ele for caseiro?" indagava, a quem quisesse ouvir.

Agora, depois de tanta polêmica, a maior preocupação de Leão não é exatamente com o que está na súmula, mas sim com o que as imagens da tevê mostraram e que foram esquecidas por Evandro Rogério Roman. Em nenhum momento o juiz cita na súmula que o quarto árbitro foi ofendido ? e muito ? pelo técnico do Palmeiras.

O treinador mudou tanto de uma hora para outra que nem quis saber da pressão que o técnico do Fluminense, Abel Braga, já começou a fazer para cima da CBF em relação ao juiz que apitará o jogo que vai definir o dono da última vaga na Libertadores do ano que vem. "Acho que isso aí é um problema para a diretoria" afirmou Leão, mais uma vez dando a sua alfinetada. "Não vou falar a respeito de arbitragem. Um juiz que se aposenta do jeito que aconteceu, no meio de um jogo, já diz tudo o que foi esse ano para a arbitragem. Tudo! E, felizmente, tudo isso vai terminar no domingo".

O treinador ainda tinha uma ponta de esperança de que a partida contra o Fluminense poderia ser antecipada para sábado, evitando o encontro de torcidas rivais da capital no domingo em que o São Paulo enfrenta o Atlético-PR, no Morumbi, e que os corintianos deverão fazer a festa pela conquista do tetracampeonato nacional. "O bom senso diz que os jogos não devem acontecer no mesmo horário, mas os dirigentes sabiam disso e agora compete a eles uma solução. Seria muito melhor mudar para não haver guerra e morte. Se for assim, é melhor então que não haja nem espetáculo", analisou o técnico.

Nos bastidores, a diretoria alviverde sofreu um duro golpe. O lateral-direito Paulo Baier, que já teria assinado contrato para reforçar o Palmeiras em 2006, e até chegou a ser confirmado pelo presidente Affonso Della Monica, interessa ao Kashima Antlers, do Japão. De acordo com o representante do jogador, Neco Cirne, a proposta japonesa é superior a feita pelo clube paulista. "Já havia uma proposta deles antes e agora temos que passar ao Baier algumas exigências feitas pelos japoneses", afirmou Cirne.

Em nota oficial no site do Palmeiras, o diretor de futebol Ilton José da Costa reforçou que Paulo Baier está bem perto do Palmeiras. "É um jogador de qualidade técnica e que se encaixa nos nossos planos para a temporada 2006", garantiu. O lateral já teria até assinado um pré-contrato e alugado um apartamento em São Paulo.

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