Colégios estaduais mantêm cantinas saudáveis

No município de São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, dois colégios estão dando exemplo de manutenção de cantinas só com alimentos saudáveis. Com a criatividade dos diretores, das APM’s (Associação de Pais e Mestres) e com ações de conscientização, alunos estão aprendendo a trocar refrigerantes por sucos, e frituras por alimentos mais leves.

O Colégio Estadual Nestor Victor dos Santos, de ensino fundamental e médio, prova que alimentação saudável nas cantinas não é nenhum um bicho de sete cabeças. Na escola, guloseimas não recomendadas por nutricionistas já estão fora do cardápio há quatro anos.

A diretora Rosane Lúcia Meneghet Campnam decidiu retirar as guloseimas da cantina no seu primeiro plano de gestão. "As cantinas são das Associações de Pais e Mestres e quem trabalha nelas são os próprios funcionários do colégio, que assinaram um termo de voluntariado para evitar alimentos impróprios", explica.

"As crianças aprovaram essa mudança", garante. "Os lanches variam diariamente. Sempre tem um salgado e um doce. Quando tem sanduíche natural, também é feito um bolo, por exemplo. Assim, elas não enjoam e estão se alimentando bem".

O aluno Jorge Paulo da Silva, do segundo ano do ensino médio, afirma que uma cantina sem guloseimas faz a diferença. "A educação alimentar dentro da escola fez com que eu mudasse os hábitos em casa. Minha família também está tomando os mesmos cuidados".

Para Diego Schefer, do primeiro ano do ensino médio, a mudança foi mais complicada. "Foi difícil abandonar os doces e chicletes, mas agora estou adaptado". A escola, com cerca de mil alunos, também recebe a merenda da Fundepar e tem o apoio da nutricionista da prefeitura.

Saúde

O Colégio Castelo Branco também está em evidência por colocar a saúde dos alunos em primeiro lugar pois, em vez de vender bebidas industrializadas, por exemplo, tem uma máquina para a produção de sucos naturais.

Segundo a diretora Eleni Terezinha Gonzati, essa decisão foi tomada não só por causa da lei, mas também pela saúde dos alunos. "Alguns sucos industrializados contém conservantes, então porque não colocar um produto saudável e saboroso para nossas crianças?", questiona.

A máquina é paga com a venda de sucos. A cantina vende 300 ml à R$ 1,00, que dá para pagar a empresa e ainda tem sobra para comprar os copos e ajudar na higiene do local. O colégio conta com aproximadamente 800 alunos.

A mudança no cardápio é exigida pela Lei Estadual nº 14.423/04, que restringe a venda de guloseimas nas instituições de ensino. As escolas e colégios públicos e particulares têm 45 dias, contados a partir do último dia 10 ? início das aulas ? para se adequar às normas. 

Voltar ao topo