Cogumelos podem ser alternativa para o desenvolvimento do Norte Pioneiro

O cultivo de cogumelos comestíveis e medicinais pode ser a alternativa para o desenvolvimento social e econômico do Norte Pioneiro paranaense. A proposta, que está sendo viabilizada através de uma parceria entre o Senai Paraná, Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e Universidade Federal do Paraná (UFPR), será apresentada em agosto, em Jacarezinho, a produtores rurais da região.

?Vamos oferecer um curso aos agricultores sobre o cultivo de cogumelos comestíveis e medicinais a partir do bagaço da cana e da casca da soja, resíduos agrícolas abundantes neste local. Estamos estudando também a utilização de outros resíduos como matéria-prima para a produção de cogumelos?, explicou o professor Carlos Ricardo Soccol, coordenador do curso de Mestrado e Doutorado de Bioprocessos Industriais e Biotecnologia da UFPR, na tarde desta segunda-feira (10), na sede do Sistema Fiep, no Centro de Curitiba, durante reunião entre representantes das três instituições.

Segundo ele, os resíduos agrícolas e agroindustriais são sub-utilizados no Brasil: queimados para produção de energia, destinados à ração animal ou incorporados ao solo como adubo. ?O cultivo de cogumelos é muito interessante do ponto de vista econômico não somente para o Norte Pioneiro mas para outras regiões do Estado também, uma vez que sua produção é de baixo custo e o produto pode ser comercializado de R$ 20,00 a R$ 30,00 o quilo?, considerou Soccol.

Na reunião, o professor da UFPR apresentou o processo de produção de dois tipos de cogumelo (Shiitake e Shimeji) que foi realizado na escola laboratorial da universidade. ?A nossa perspectiva é de um rendimento na produção de 500 a 700 gramas de cogumelo por quilo de bagaço utilizado?, projetou Soccol.

Para o diretor-regional do Senai, Carlos Sérgio Asinelli, que participou da reunião, a partir deste projeto o Paraná poderá ser reconhecido como um centro de excelência na área de bioprocessos. ?Este é primeiro projeto de muitos que virão. Estamos incorporando projetos de biotecnologia à linha de atuação do Senai. Por isto, esta aliança com a UFPR e o Tecpar é estratégica e de extrema importância para o Senai?, afirmou Asinelli.

Também presente na reunião, o presidente do Tecpar, Mariano de Matos Macedo, propôs ampliar a parceria com outras instituições. ?Creio que o Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) poderá colaborar muito com este projeto?, sugeriu Macedo. Outra idéia lançada pelo presidente do Tecpar foi a de buscar financiamento junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Além disso, o projeto também será apresentado às redes de supermercados, cooperativas e associações rurais do Paraná. ?Trata-se de um nicho de mercado fantástico. Por isso, vamos nos preparar juntos para os desafios que virão. Um dos próximos passos será viabilizar a comercialização do produto. Em um segundo momento, podemos estudar a sua industrialização?, concluiu o diretor regional do Senai.

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