CNA confirma avaliação de Alckmin de alta nos alimentos

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) concorda com a avaliação feita pelo candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, no debate na TV Record, na segunda-feira: os preços dos alimentos vão subir. A elevação será mais significativa nos derivados do trigo, como o pãozinho, o macarrão e as massas, além do arroz e da carne bovina, segundo o superintendente técnico da CNA, Ricardo Cotta.

Para ele, a pior coisa que poderá acontecer para o setor será o presidente Lula cumprir a promessa, feita durante o debate, de que incentivará as importações de produtos para evitar os aumentos dos preços ao consumidor. "A importação só vai piorar a situação.

Os levantamentos feitos pela CNA, de acordo com o superintendente, mostram uma tendência de elevação continuada dos preços. "Em junho passado, os preços agrícolas atingiram o menor nível dos últimos 50 anos. Agora, os dados mostram uma reversão acentuada dessa trajetória. A elevação dos preços está sendo puxada basicamente pelo arroz, pelo trigo e pela carne bovina", explicou.

O aumento de preços nesta época do ano é normal, advertiu Cotta, porque o Brasil está na entressafra. Mas ele garantiu que o movimento de elevação de preços em 2006 está mais forte do que na mesma época de anos anteriores.

Um conjunto de fatores contribuiu, segundo Cotta, para a redução dos preços agropecuários nos últimos anos. Além da questão do câmbio valorizado, os produtores enfrentaram também problemas sanitários e uma crise de rentabilidade que desestimulou novos investimentos, avalia a CNA.

A gripe aviária, por exemplo, reduziu as exportações brasileiras de frango e os produtores foram obrigados a vender as aves no mercado interno, o que depreciou os preços. Ao mesmo tempo, a pecuária foi prejudicada por focos de febre aftosa, que prejudicaram as exportações. Os produtores foram obrigados a vender a carne no mercado interno por preços muito mais baixos.

Por uma série de razões, segundo Cotta, o arroz está com um custo de produção mais elevado do que nos países vizinhos. O mesmo, disse, acontece com o trigo.

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