CMN permite que banco com restrição de liquidez recorra ao FGC

O CMN decidiu hoje permitir que o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) possa aplicar até 20% do seu patrimônio em operações de aquisição de crédito de instituições financeiras. O porcentual, de acordo com o diretor de Normas do BC, Sérgio Darcy, corresponde a cerca de R$ 1 bilhão. Ele explicou que a compra de crédito poderá ser feita diretamente pelo FGC ou por intermédio de uma instituição financeira. Nesta segunda hipótese, o diretor do BC ressaltou que o risco de crédito continuará sendo do FGC e não da instituição intermediadora.

Com esta medida, o diretor do BC acredita que o FGC poderá ajudar instituições financeiras que vivam problemas momentâneos de restrição de liquidez. Darcy destacou que, em função da intervenção do BC no Banco Santos, algumas instituições financeiras de m édio e pequeno porte acabaram perdendo depósitos de grandes clientes que procuraram proteger suas aplicações em instituições maiores. Esse movimento, segundo Darcy, foi "ilógico", porque as instituições financeiras de médio e pequeno porte têm operações de crédito de "boa qualidade".

Ele chamou atenção, inclusive, para o fato de que, nos últimos dias, muitas instituições financeiras de grande porte fecharam acordos para aquisição de carteira de crédito de instituições de médio e pequeno porte. Na visão de Darcy isso comprova a qualidade das carteiras.

O diretor também acredita que esse problema inicial de liquidez já foi superado e que o ambiente de normalidade já voltou ao mercado. "O sistema financeiro hoje é mais sólido do que no passado", disse Darcy. Ele acrescentou que a decisão do CMN de permitir que o FGV compre direitos creditórios de instituições financeiras dará ainda mais solidez ao sistema. E aproveitou para classificar a medida como "estrutural e não conjuntural".

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