Classe média alta formava quadrilha de tráfico de drogas sintéticas do Rio

A quadrilha de tráfico de drogas sintéticas desarticulada nesta quarta-feira (29) pela Polícia Federal (PF) era formada exclusivamente por pessoas de classe média e classe média alta. A operação Tsunami prendeu nove pessoas no Rio e uma em Curitiba, outras três estão foragidas.

O titular da delegacia federal de Repressão a Entorpecentes do Rio, Victor Carvalho, diz que os criminosos tinham bens estimados em R$ 5 milhões, incluindo 14 apartamentos em áreas nobres do Rio. Os nove presos na cidade, segundo ele, moravam em bairros de alto poder aquisitivo.

?São pessoas de boa família e poder aquisitivo altíssimo?, afirmou o delegado.

A polícia acredita que o dinheiro obtido com a venda de drogas (ecstasy e LSD, comercializados em festas) era lavado por meio de duas lojas localizadas em um shopping da Barra da Tijuca.

As investigações da PF começaram em junho deste ano, depois que o pai de um usuário procurou a delegacia para fazer a denúncia da existência de uma quadrilha atuando na zona sul.

Os policiais passaram a monitorar a venda de drogas sintéticas em festas de adolescentes, como as chamadas raves. A PF descobriu que a quadrilha tinha ramificações em Curitiba, São Paulo e em Goiás. Em setembro, a PF fez a primeira ação, prendendo um estudante com 21 mil pontos de LSD no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro.

?Com certeza [a operação de hoje] foi um baque muito grande no comércio de drogas sintéticas no Rio de Janeiro, porque nós consideramos essa a maior quadrilha de tráfico internacional de drogas sintéticas do Rio?, disse Carvalho.

De acordo com ele, a quadrilha comprava cocaína em São Paulo e em Goiás e trocava por ecstasy e LSD na Europa para serem revendidos no Brasil. ?A droga vinha da Holanda, via Paris ou Portugal, e entrava pelos aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro. Chegando aqui, era distribuída principalmente na zona sul e Barra da Tijuca, para festas como raves e churrascos de condomínio?.

A Justiça decretou o bloqueio das contas bancárias e o arresto de bens suspeitos de todos os 13 investigados na operação Tsunami. O delegado informou, ainda, que eles estão sendo indiciados por tráfico internacional de drogas e associação para o tráfico. Esses crimes podem resultar em uma pena de cinco a 20 anos de prisão.

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