Circo da F-1 está imprevisível em 2007 sem Schumacher

A 58ª temporada da história da Fórmula 1 começa no dia 18 de março em Melbourne, na Austrália. Hoje, pouco menos de dois meses antes da largada para a prova no circuito Albert Park, não há um único cidadão na própria competição que apostaria todas as suas fichas em um único piloto ou time. Essa é a maior característica do campeonato: foram tantas mudanças importantes nas escuderias que ninguém pode prever o que vai acontecer.

Bernie Ecclestone, promotor do show, está adorando. O benefício da dúvida, nesse caso, joga amplamente a favor do interesse do espetáculo. Poucas vezes criou-se tanta expectativa diante do Mundial. Claro que a aposentaria de Michael Schumacher, que agora vai acompanhar as corridas da mureta dos boxes da Ferrari ou de sua casa na Suíça, colabora de forma decisiva para o incrível suspense.

Para o Brasil, 2007 tem um sentido especial. Felipe Massa cresceu bastante como piloto na segunda metade da última temporada e culminou sua evolução com a extraordinária vitória no GP do Brasil, diante de 65 mil emocionados torcedores. Desde 1993 o País não celebrava uma conquista em Interlagos, quando Ayrton Senna levou seus fãs ao delírio, sob chuva. Como todos os elementos sugerem que a Ferrari deverá ter, como em 2006, um carro veloz e resistente e não existe mais no time italiano a quase necessidade de concentrar todos os seus interesses em Michael Schumacher, o Brasil voltou a ter um piloto com chances de ser campeão.

?Tenho consciência do que os brasileiros esperam de mim e do que posso realizar nessa nova condição na Ferrari?, disse Massa, em Madonna di Campiglio, na Itália, semana passada. E Rubens Barrichello, na reestruturada Honda, da mesma forma pode disputar um campeonato bem melhor que o do ano passado, onde não chegou ao pódio em nenhuma das 18 etapas. ?A Honda pode surpreender em 2007?, prevê. Em 2006, Jenson Button, companheiro de Rubinho, foi o piloto que mais pontos marcou nas seis provas finais da temporada, que teve até vitória na Hungria.

Não há quem goste ou mesmo acompanhe a certa distância a Fórmula 1 que não deseje saber o que o bicampeão do mundo, Fernando Alonso, fará agora na McLaren. Trocou as garantias da Renault pelas incertezas de um time que não vence o título desde 1999. O homem de gelo, Kimi Raikkonen, saberá administrar as imensas cobranças por substituir Schumacher na Ferrari? Esses são apenas alguns dos muitos ingredientes que já estão tornando o Mundial deste ano um dos mais apetitosos das últimas décadas.

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