O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, parece estar aplicado em estragar a viagem do presidente americano, George W. Bush, à América Latina. Chávez, que decidiu fazer visita paralela à de Bush, fez hoje uma "parada surpresa" na Jamaica, para uma reunião com a primeira-ministra jamaicana, Portia Simpson Miller antes de seguir para o Haiti. Até agora, Chávez já visitou a Argentina, Bolívia e Nicarágua.
No Haiti, o presidente venezuelano deve reforçar o fundo de US$ 20 milhões anunciado na semana passada pelo banco de desenvolvimento da Venezuela para fornecer auxílio humanitário para ao país – que é o mais pobre do hemisfério. Chávez também deve se encontrar com o presidente haitiano, Rene Preval, que é um de seus aliados, mas também depende de ajuda do governo americano.
Enquanto Bush se recusou a falar do presidente venezuelano, Chávez não poupou palavras para criticar o governo americano. Ontem, Chávez disse que a visita de Bush era um fracasso e entoou seu bordão "gringo go home" junto a milhares de simpatizantes na Nicarágua – entre eles, o presidente Daniel Ortega. Durante a visita à Nicarágua, Chávez disse que a Venezuela vai construir uma refinaria de petróleo no país.
No sábado, foi a vez do líder venezuelano visitar as áreas inundadas por enchentes na Bolívia, de seu aliado Evo Morales. Entre outros acordos feitos, Chávez aproveitou para anunciar um auxílio para os locais destruídos de US$ 15 milhões – dez vezes mais do que o governo americano mandou para o país. Em discurso na cidade de El Alto, que fica a 4 mil metros acima do nível do mar, Chávez voltou a criticar Bush. "O avião de Bush não tem a coragem de sobrevoar essa cidade andina porque aqui estamos tão alto que ele pode pensar que vamos arrebatá-lo.
A agenda do venezuelano na Argentina foi intensa na sexta-feira. Além de liderar uma multidão anti-Bush, Chávez assinou 11 acordos de cooperação com o presidente Néstor Kirchner. Entre eles, um que prevê a adesão da Bolívia ao Banco do Sul – um plano para financiar projetos de infra-estrutura.