Chávez abriu assembléia mundial dos movimentos sociais

Quinze mil pessoas levantam-se e aplaudem o presidente venezuelano. Anunciado pelo locutor como "comandante da revolução bolivariana", Hugo Chávez entra no ginásio Poliedro, periferia sul caraquenha. Está acompanhado pela quéchua Blanca Chancoso, uma das coordenadoras da Confederação de Nações Indígenas do Equador (Conaie), e abraça um a um os convidados à mesa para representar, cada qual, uma organização ou luta diferente.

Acaba de começar o encontro da Assembléia Mundial de Movimentos Sociais com o presidente venezuelano como convidado especial da cerimônia de abertura. Em seu discurso, Chávez lembra dois momentos do que chamou de libertação latino-americana: o período de independências no século 19 e a década de 1960, com governos de esquerda e guerrilhas na América Latina. Segundo Chávez, o continente está passando por um terceiro momento da sua luta por independência. E teria, agora, mais chances de sucesso.

Um dos motivos para isso, segundo Chávez, é o Fórum Social Mundial. "Na época de Simón Bolívar não havia nenhum conhecimento do que se passava na África ou Ásia", disse, referindo-se ao líder da independência de vários países latino-americanos, como Bolívia, Venezuela e Colômbia. "Fracassamos em outros momentos e, hoje, vivemos os resultados dessa derrota".

O presidente afirma que o Fórum está formando uma rede mundial de movimentos sociais e destaca a realização do encontro em Bamako, capital do Mali, na costa noroeste africana. Este ano, o 6º Fórum Social Mundial (FSM) ocorre, quase simultaneamente, em três continentes diferentes.

Nas versões anteriores, o encontro foi organizado quatro vezes em Porto Alegre (2001, 2002, 2003 e 2005), intercalado por uma edição em Mumbai, cidade indiana antes conhecida como Bombaim. Agora, está sendo realizado em Caracas, capital venezuelana, entre os dias 24 e 29 de janeiro. E tem Chávez como uma atração à parte. Poucos dias antes, o encontro africano aconteceu em Bamako. Para os próximos meses está programada a parte asiática do FSM, em Karachi, cidade paquistanesa.

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