Cesta básica fica mais cara em 14 de 16 capitais

O preço da cesta básica apresentou alta em outubro ante setembro em 14 das 16 capitais brasileiras pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Levantamento divulgado nesta quarta-feira (1º) pela instituição mostrou que, no mês passado, os aumentos mais expressivos no conjunto de produtos alimentícios essenciais foram verificados em Belo Horizonte (6 89%), Vitória (5,41%), Florianópolis (5,22%), Aracaju (4,53%), São Paulo (4,44%) e Curitiba (4,22%).

Segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, as únicas baixas foram registradas no Recife (-0,79%) e em Salvador (-0,47%). No Rio de Janeiro e em Brasília, as elevações foram menos significativas, de 2,09% e 0,74%, respectivamente.

Apesar da tendência de alta verificada em setembro e novamente em outubro na maioria das capitais cobertas pelo levantamento, 15 cidades pesquisadas acumularam, nos dez primeiros meses de 2006, variações negativas. Entre elas, destacaram-se: Brasília (-7,70%), Recife (-6,91%), Curitiba (-6,71%), Porto Alegre (-6 39%) e Rio de Janeiro (-6,37%). Em São Paulo, houve recuo de 2 01% e, em Belo Horizonte, de 2,61%. A única elevação do período ocorreu em Florianópolis, de 0,43%.

Nos últimos 12 meses encerrados em outubro, o preço dos produtos básicos ficou mais alto em 13 cidades, com variações de 9,32%, em Belo Horizonte, a 0,29%, em Curitiba. As retrações foram verificadas em Recife (-0,62%), Brasília (-0,73%) e Fortaleza (-1,48%). Rio de Janeiro e São Paulo apresentaram aumentos de 1 39% e 2,84%, respectivamente.

De acordo com o levantamento do Dieese, os maiores responsáveis pela elevação da cesta básica em outubro foram o tomate, a carne o feijão e o arroz. O tomate subiu em 15 capitais. As maiores altas ocorreram em Vitória (56,57%), João Pessoa (50,60%), Belo Horizonte (47,52%) e Natal (34,41%). Somente Belém apresentou queda, de 1,58%, no preço no produto.

Bastante sensível ao fator climático, nos últimos meses o tomate foi afetado pelo forte calor, que provocou seu rápido amadurecimento, resultando em perdas na colheita e no transporte. O Dieese ressaltou que, em 12 meses, entretanto, o produto está mais barato em nove capitais, entre elas Recife (-22%) e Porto Alegre (-16,40%). Nas sete cidades com alta, Vitória (31,36%) e Salvador (20,66%) foram os destaques.

Com a retomada das exportações, a carne ficou mais cara em 14 capitais, apesar do período de safra e com a recuperação das pastagens, sendo que as altas mais significativas foram verificadas em Aracaju (9,50%), Vitória (8,00%), João Pessoa (6 34%) e Florianópolis (6,22%).

O feijão, por conta da entressafra, aumentou em 11 capitais, com destaque para João Pessoa (9,54%), São Paulo (7,83%), Aracaju (5 92%) e Goiânia (5,13%). Por fim, o arroz, influenciado pelo mesmo fator, teve elevação em dez capitais, em outubro, com destaque para Brasília (10,53%), Curitiba (9,42%) e Rio de Janeiro (5,00%).

Apenas o açúcar e o leite tiveram redução de preço na maioria das capitais. O primeiro, em período de plena produção e com oferta elevada, apresentou queda em 12 cidades, e o segundo, em nove.

O Dieese realizou a Pesquisa Nacional da Cesta Básica nas cidades de Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.

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