CBF ameaça suspender árbitros que errarem em jogos

O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Edson Rezende de Oliveira, enviou um comunicado formal a todos os árbitros e assistentes do País com uma ameaça clara: quem cometer erros vai ser punido e passar um tempo na geladeira, sem apitar.

Essa é a mensagem que aparece claramente no último parágrafo do texto: "Está tudo em nossas mãos: por um bom campeonato, por anular os atos dos indisciplinados, pelo fair play em campo. Só depende de cada um cumprir rigorosamente seu papel, para que tudo isso possa ocorrer e que todos possam continuar atuando", afirma o dirigente.

Decisões de árbitros causaram polêmica nas primeiras rodadas dos Estaduais. No Paulistão, Cleber Wellington Abade validou o gol de empate do Paulista contra o São Paulo, em Jundiaí, quando erguia as mãos para encerrar o jogo. Em outro caso, Otávio Correa expulsou três jogadores do Corinthians, na derrota para o São Caetano, no mesmo dia em que Paulo Roberto Ferreira apitou o início da partida entre Rio Claro e Barueri sem que houvesse bola em campo.

No Carioca, o árbitro Fábio Calábria validou um gol que daria o empate para a Cabofriense no jogo contra o Botafogo, mas voltou atrás depois de consultar o auxiliar Hilton Moutinho, que começou a correr para o meio-de-campo e depois parou inexplicavelmente no meio do caminho, apontando falta no goleiro Max.

"Conclamamos a todos que fazem a arbitragem brasileira o maior empenho possível para que a sua responsabilidade seja executada com um rigoroso cumprimento das regras de jogo e das recomendações que lhes estão sendo constantemente passadas" afirmou Rezende, ex-árbitro que está no cargo desde 2005, quando estourou o escândalo do árbitro Edilson Pereira de Carvalho, acusado de manipular resultados para favorecer a apostadores.

Numa lista de dez recomendações, Rezende sugere punição aos "carrinhos criminosos que ainda acontecem em campo" e pede a aplicação "com critério" dos cartões – "Eles devem ser utilizados quando necessário, mas não como armas de agressão", diz. Também recomenda punição à cera e lembra que nem todo contato físico que não seja considerado falta é necessariamente uma simulação que merece ser punida com cartão.

"Não se desligue do jogo em momento algum", recomenda Rezende de forma especial aos assistentes, além de pedir ao quarto árbitro cuidado na conferência dos documentos dos jogadores e dos números nas camisas. A lista se encerra com um aviso dúbio do chefe da arbitragem: "Tenham certeza do nosso apoio quando fizerem por merecê-lo".

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