Caseiro volta a depor na Polícia Federal amanhã

Na ambígua condição de acusador e investigado, o caseiro Francenildo dos Santos Costa presta depoimento amanhã à Polícia Federal. A PF quer saber quem são os responsáveis pela quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro e, ao mesmo tempo, checar a origem do dinheiro depositado na conta dele de janeiro a março deste ano – operações bancárias já assumidas pelo empresário Eurípedes Soares da Silva, a quem o caseiro aponta como seu pai biológico.

Esta é a segunda vez que Costa comparece à PF desde que ele revelou, em entrevista à Agência Estado, que o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, era freqüentador de uma mansão do Lago Sul, alugada por lobistas da chamada "República de Ribeirão Preto", na qual seriam realizados negócios ilícitos e festas com garotas de programa. Palocci nega que tenha ido alguma vez à mansão. A primeira ida de Costa à PF foi em 16 de março passado.

As primeiras investigações revelaram que, nesse dia, no exato momento em que Costa se inscrevia no programa federal de proteção de testemunhas perante o coordenador-geral de Defesa Institucional da PF, delegado Wilson Damásio, um funcionário da Caixa Econômica, com senha de gerente, entrou na conta de poupança do caseiro, cujos extratos revelaram movimentações de cerca de R$ 38 mil e saldo de R$ 25 mil.

Eurípedes confirma os depósitos, mas nega ser pai de Costa. A PF pediu à Justiça a quebra do sigilo bancário do caseiro para averiguar a origem dos recursos encontrados na conta dele. Pediu também autorização para realizar buscas e apreensões na Caixa a fim de checar a autoria da violação do sigilo bancário do caseiro. A Justiça ainda não se pronunciou a respeito dos pedidos.

Enquanto a autorização não vem, a inteligência da PF levantou indícios de que a Caixa já tem os nomes dos responsáveis pela quebra ilegal do sigilo do caseiro e deverá apresentá-los ainda hoje, muito antes do prazo de 15 dias pedido ao Congresso Nacional e à CPI dos Bingos. O estabelecimento teria chegado aos culpados ao analisar o código H4A00000, impresso na última página do extrato repassado à imprensa por um assessor especial de Palocci.

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