Carta da Terra exige atitude de todos para continuidade da vida, diz ministra

Brasília – O Ministério do Meio Ambiente se comprometeu a divulgar a Carta da Terra, um documento global com princípios éticos e diretrizes de condutas para orientar pessoas, organizações e países para a sustentabilidade do planeta. Esse é um dos principais pontos de acordo de cooperação técnica firmado nesta segunda-feira (30) entre o ministério, a organização Carta da Terra Internacional e o Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Petrópolis, organização não-governamental do Rio de Janeiro.

Adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, o documento enumera quatro valores e princípios para a construção de uma sociedade global mais justa, sustentável e pacífica: respeito e cuidado da comunidade de vida; integridade ecológica; justiça social e econômica; e democracia, não violência e paz.

A declaração foi aprovada após oito anos de discussão, num processo que contou com a participação de mais de 100 mil pessoas de 46 nações, entre elas o Brasil. Para a ministra do  Meio Ambiente, Marina Silva, é preciso que os princípios e valores previstos no documento sejam traduzidos em ações.

?Atitudes dos governos, atitudes das empresas, atitudes das pessoas, de todos aqueles que querem reivindicar para si, como um ato de legítima defesa, a continuidade da vida do planeta?, afirmou a ministra, durante a solenidade de assinatura do acordo.

O teólogo e filósofo Leonardo Boff, que integra a Comissão da Carta da Terra, ressaltou que a iniciativa representa o ?ponto de cristalização? de um processo em curso no Ministério do Meio Ambiente. Ele destacou que o documento vem sendo utilizado como guia para implementação do programa Agenda 21, entre outras ações.

Mas, para Boff, é preciso que os valores da Carta da Terra também sejam incorporados na atuação de outras pastas. ?No meu modo de ver a Carta da Terra representa um mapa, um desenho daquilo que pode ser a base de uma futura e nova civilização?, ressaltou.

?Os últimos dados científicos sobre o estado da Terra vêm confirmar essa preocupação: agora não se trata mais de cuidar e proteger, se trata de adaptar-se às mudanças que estão ocorrendo, minorar os seus efeitos?, acrescentou.

Segundo a diretora do Centro de Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Carta da Terra, Mirian Vilela, atualmente há parceiros da organização em cerca de 70 países.

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