Campeões mundiais recebem a taça da Copa

Rio – Enquanto o coordenador-técnico da seleção Zagallo, reclamou da proibição de não poder tocar na Taça Copa do Mundo Fifa, pelo menos o goleiro Marcos aproveitou a desconfortável ocasião para "cavar" sua vaga no grupo que disputará o Mundial da Alemanha, a partir do dia 9 de junho. O encontro dos dois ocorreu nesta sexta-feira, durante a cerimônia de abertura, restrita a convidados, da exibição do troféu no Forte de Copacabana, no Rio – neste sábado, a visitação será pública, das 9 horas às 18 horas.

"Não estou forçando nada com o Zagallo e o Parreira, mas, se por um acaso der alguma coisa errada e não for à Copa, pelo menos já cheguei perto", disse Marcos, ao posar com a taça ao lado do coordenador-técnico da seleção, que riu da situação.

Marcos foi ao evento para representar a conquista brasileira de 2002 ? além dele, foram convidados Zagallo (1958), Nilton Santos (1962), Carlos Alberto Torres (1970) e Bebeto (1994). Ele lembrou da boa fase de Rogério Ceni, Júlio César e Gomes, mas destacou sua importante participação na Copa da Coréia/Japão.

"Sempre joguei pouco na seleção. Tenho 27 ou 28 jogos e acho que era um goleiro que pouca gente queria como titular, a não ser a torcida do Palmeiras", lembrou Marcos. "E nem sempre o favorito é quem joga. Tem muita coisa para acontecer. Vou apelar ao trabalho para poder realizar os sonhos de ir a Copa e ser campeão com o Palmeiras em 2006."

O conformismo de Marcos por chegar perto da Taça da Copa foi forçosamente compartilhado pelos demais campeões presentes ao evento. "Por que o moço que proibiu não foi lá ganhar com a gente?", questionou Nilton Santos, protestando por não poder tocar no troféu.

Apesar dos insistentes pedidos, até do capitão do tri Carlos Alberto Torres, nem mesmo Zagallo pôde tocar na taça – apenas fingiu. E depois, ironizou a situação. "Cheguei e falaram que eu não podia tocar. Não faz mal. Nós emprestamos a taça e a seleção brasileira vai usar a cabeça, fazendo gols com os pés, e trazê-la de volta da Alemanha", disse o coordenador-técnico.

O representante da Fifa para o Tour Mundial da taça, Thomas Von Ubrizsy, argumentou que vetar o toque no troféu é uma medida para resguardar sua restauração, ocorrida em novembro. Explicou que o "ácido" presente nas mãos humanas afetam os 4,970 quilos de ouro maciço 18 quilates presentes na peça de 36 centímetros.

De acordo com Ubrizsy, "raríssimas" exceções são feitas ? como a que ocorrerá nesta sexta-feira, quando o capitão da seleção tetracampeã em 1994, nos Estados Unidos, Dunga, erguer a taça na cerimônia de encerramento da exibição pública no Rio, durante o show do grupo Skank, na Praia do Flamengo, zona sul da cidade.

O tour da Copa do Mundo passará por um total de 28 países e 31 cidades. No Brasil, a peregrinação terminará no domingo, com a exibição pública em São Paulo, no Transamérica Expo Center, em Santo Amaro, zona sul da cidade.

Dúvida

O representante da Fifa ainda colocou fim, nesta quinta-feira, a uma discordância entre a Coca-Cola, patrocinadora do evento, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). De acordo com Ubrizsy, a taça original esteve de posse do Brasil até o final de 2005, como afirmou a entidade e, por isso, não é a primeira vez que o artefato está no País, como defendeu a multinacional de refrigerantes.

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