Campanha propõe ativismo pelo fim da violência contra a mulher

Brasília – Uma em cada cinco brasileiras já sofreu algum tipo de violência física, sexual ou outro abuso praticado por um homem. Além disso, 16% das agressões são físicas, 2%, psicológicas e 1% por assédio sexual. Os dados são da Fundação Perseu Abramo.

Para denunciar essa situação e romper com ela, a Organização Não-Governamental feminista Agende convoca a sociedade para lutar. Nesta terça-feira (14) a ONG apresentou à imprensa a campanha 16 Dias de Ativismo pelo fim da violência contra as mulheres.

Este é o quarto ano que a ONG realiza o evento que, no Brasil, começa no dia 20 de novembro ? Dia Nacional da Consciência Negra. Serão veiculadas mensagens de 30 segundos no rádio e na TV, narradas por atores, contando histórias reais.

A campanha ajuda a luta contra a violência, na visão da socióloga Lourdes Bandeira, coordenadora do núcleo de Estudos sobre a mulher da Universidade de Brasília.

?A campanha tem resultados efetivos porque, quando ela é publicizada, significa que as muitas mulheres, inclusive de seguimentos médios, que têm vergonha, acabam tendo ânimo e reforço para procurarem a delegacia, procurarem a segurança pública, o juiz, para denunciar a situação de violência na qual vivem?, disse.

A campanha mundial ocorre oficialmente do dia 25 deste mês ao dia 10 de dezembro, em 130 países, e conta com o apoio da Organização das Nações Unidas. Para a advogada Elizabeth Garcez, integrante do conselho diretor da Agende, a violência à mulher não é um problema só brasileiro.

?Essa campanha é emblemática, traz para a mídia esse assunto. É importante que a gente entenda que são 130 países falando a mesma coisa no mundo inteiro. É uma coisa que está aí no mundo e a gente precisa mudar?, afirmou.

Segundo ela, a lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto deste ano, mudou o sistema anterior. ?Ele reforça o poder da delegacia, resgata o poder de investigação, de atitude do delegado e traz para o judiciário medidas protetivas inovadoras, urgentes, que vão mudar o foco, ou seja, hoje o que se quer é proteger a mulher, muito mais do que ficar muito preocupado se o agressor vai ser preso ou não vai ser?.

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