Bush diz que compromisso no Iraque não é flexível

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse neste sábado, em reunião inédita na Câmara dos Deputados, agora com maioria democrata, que as profundas divisões sobre a guerra no Iraque não são questão de patriotismo as críticas que tem recebido sobre o novo plano de ação no país árabe e que o compromisso dos EUA no país árabe não é flexível". "Você sabe, recebo com bons olhos o debate sobre a guerra, espero que saibam disso", disso Bush, no encontro com aproximadamente 200 deputados na Virgínia.

Segundo dois oficiais que participaram do encontro, e falaram na condição de anonimato, o presidente disse que discordou de início de vários pontos da guerra, como tantos fizeram, e que não há motivos para questionarem o seu patriotismo.

Bush pediu mais uma vez apoio dos democratas à guerra, dizendo que "não há nenhuma dúvida em meus pensamentos que estou fazendo o melhor pela pátria". O presidente se disse ainda angustiado com a oposição democrata, dizendo que a guerra no Iraque "enobrece nossa alma".

As palavras conciliatórias de Bush soaram semelhantes às ditas por ele no discurso à Nação no início de janeiro, quando o presidente pediu apoio do Congresso democrata ao novo plano de enviar 21,5 mil novos soldados ao Iraque e apresentou um plano para que os Estados Unidos aumentem o uso de biodiesel no país. Contudo, o nível de aplausos neste sábado deu uma indicação de que seu público estava feliz em ouvi-lo diretamente.

Trabalhar junto

"Nós estamos honrados com sua presença e ficamos encorajados com suas observações", disse Nancy Pelosi, democrata e a primeira presidente mulher do Congresso norte-americano. "Eu acredito que nós teremos uma boa oportunidade de trabalharmos junto", disse Pelosi em pronunciamento com Bush após o encontro.

Bush respondeu à democrata: "Nós não concordamos sempre. É por esta razão que estamos em partidos diferentes. Mas, concordamos sobre o desejo de trabalhar juntos e eu realmente aprecio trabalhar com vocês. Sinto-me bem recebido".

OS democratas, que em novembro lutaram voto a voto pelo controle da Casa com os republicanos, tem agora de dar uma resposta do Legislativo ao plano de guerra de Bush. O Congresso está preparando uma moção na qual apresentará alternativas ao projeto de Bush e poderá vetar o orçamento que o presidente pediu para a guerra, recusando-se ainda a aceitar o envio de mais de 20 mil novos soldados.

Com isso em mente, Bush deu início ao seu discurso com palavras dóceis. "Escuto muitos membros desta Casa, eu sempre escutei os membros do meu partido, escutei o Exército e daí surgiu o plano, que eu acredito que seja o melhor e que tem muito para prosperar", disse, recebendo aplausos dos democratas.

Bush insistiu na necessidade de um trabalho árduo do presidente iraquiano, Nuri Al-Maliki, para que o governo de Bagdá melhore, "de forma tangível", a política de combate à violência no país. "Eu sei que nós concordamos em algumas coisas", disse Bush aos democratas, "entre elas que o governo de Maliki terá de mostrar liderança forte", teria dito Bush segundo os oficiais.

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