Bush defende secretário de demissões e aponta erros

O presidente dos EUA, George W. Bush, disse nesta quarta-feira (14) estar preocupado com as explicações incoerentes dadas pelo Departamento de Justiça ao Congresso sobre a demissão de oito procuradores federais e que espera que seu secretário de Justiça Alberto Gonzales, tenha melhores argumentos. Entretanto, Bush disse que não pensa em demitir Gonzales.

"Erros foram cometidos. E eu francamente não estou feliz com eles", disse o presidente a repórteres em uma coletiva de imprensa no México. Gonzales disse que não renunciaria e colocou seu cargo nas mãos de Bush. O secretário de Justiça quer se explicar no Congresso sobre o caso.

Gonzales reconhece que a Casa Branca está envolvida nas demissões ocorridas em dezembro passado. Em entrevista coletiva, ele disse que tentará descobrir por que o Congresso não foi informado antes do envolvimento do governo nas demissões. "Reconheço que houve erro e assumo a responsabilidade", afirmou.

Depois que os procuradores foram dispensados sem explicações, surgiram rumores, nunca comprovados, de que as demissões tiveram motivação política. A maioria dos demitidos investigava casos de corrupção envolvendo o governo federal. "Cada vez que alguém vai ao Senado, ele tem que ter certeza que realmente entendem os fatos" disse Bush. Mas o presidente disse que as demissões foram "totalmente apropriadas", e ressaltou que os procuradores americanos estão sob suas ordens. "A administração passada removeu seus procuradores. É o direito deles fazer isso", disse Bush.

Bush confirmou que recebeu reclamações sobre os procuradores e que não se lembra de nomes específicos mencionados. "Mas eu nunca dei nenhuma instrução específica", disse o presidente sobre Gonzales. "O que Gonzalez fez e o que o Departamento de Justiça fez foi apropriado. O que foi feito erroneamente foi a explicação dos casos dada ao Congresso".

E-mails trocados entre o ex-conselheiro da Casa Branca, Harriet Miers e Kyle Sampson, o mais importante assessor de Gonzales, revelou uma campanha de dois anos entre o Departamento de Justiça e a Casa Branca para demitir procuradores. Em um programa de TV na quarta-feira, Gonzales disse que tinha "conhecimento geral" das conversas de Sampson com Miers sobre os procuradores, mas disse que "obviamente não sabia de todas as comunicações". Os e-mails foram divulgados ontem, mesmo dia em que Gonzales aceitou a renúncia de Sampson.

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