Buarque diz que políticos “roubam o futuro” do Brasil

O candidato à Presidência da República pelo PDT, Cristovam Buarque, criticou a ele e aos outros congressistas nestre domingo (03), em Curitiba, pela forma como conduzem o processo de votação do orçamento. "Se a população soubesse como a gente faz o orçamento mandaria soltar o Marcola (Marcos Willians Herbas Camacho, líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital)", afirmou. "E não porque a gente rouba dinheiro, mas porque define a prioridade para quem já tem", explicou.

Segundo ele, há duas formas de corrupção: a corrupção de comportamento do político e a corrupção de ética na política. "A maioria dos congressistas é gente honesta do ponto de vista do comportamento, mas na hora de elaborar o orçamento a gente acaba caindo na corrupção das prioridades: aumenta o salário dos que já têm, não dá recursos para quem não tem, investe no presente, mas não investe no futuro", criticou. "A gente está roubando o futuro do Brasil quando faz o orçamento e lamentavelmente o povo não vê esse roubo", afirmou.

De acordo com o candidato, é necessário ver primeiro a educação. "Com o que sobrar vemos o que fazer", salientou. "Hoje começa por aquilo que será necessário para o Congresso e para a Justiça depois vê o resto", disse ele.

Em relação à educação, acentuou que seu programa de governo estabelece a Lei de Responsabilidade Educacional, pela qual os governantes terão metas a cumprir e podem ser responsabilizados caso não o façam. O candidato acredita que assim poderá garantir continuidade para os projetos.

Buarque não quis comentar a participação de crianças de projetos federais na campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Isso é uma questão de estilo de campanha e eu prefiro não comentar", disse. Mas não se furtou a analisar uma decisão que impediu o PSDB de falar sobre corrupção nos programas eleitorais "Quem disser mentira, que pague o preço pela mentira", afirmou. "Agora, antecipar ou proibir de dizer verdades, acho ditadura.

No caso do PDT, ele disse que tem procurado fazer "crítica séria". "Quero falar da engrenagem corrompida que há no Brasil. Ou a gente mexe nessa engrenagem ou tudo vai continuar com o próximo presidente, do mesmo modo que o Lula diz que já havia antes", salientou. Para ele, há "alguma coisa estranha" com as pesquisas que o apontam com 2% de intenções de votos. "A cabeça e o coração dos brasileiros dizem que o povo está enojado com a política, descontente com a realidade, mas o dedo está querendo apontar os mesmos", disse. "É um fenômeno esquisito em que o coração não casa com o dedo", complementou.

Em Curitiba, Buarque encontrou-se com jornalistas pela manhã, participou de um almoço com aproximadamente 1.650 professores, candidatos e familiares e fez uma caminhada pela cidade. Para os jornalistas apresentou parte do programa de governo, que deve ser divulgado esta semana, relativo ao esporte. Entre outros itens, pretende implantar 100 mil quadras esportivas em periferias e 10 centros de excelência esportivos para preparar atletas olímpicos.

Voltar ao topo