Brasileiros e argentinos querem ampliar parcerias na educação

 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e a Secretaria de Políticas Públicas (SPU) do Ministério de Cultura e Educação da Argentina devem intensificar cada vez mais o intercâmbio entre os dois países para a formação de doutores e troca das informações científicas. Esta é a avaliação de representantes dos dois lados em encontro realizado para debater os desafios da parceria.

Os principais desafios do intercâmbio estão sendo debatidos nesta quarta-feira, 29, pelos coordenadores de projetos de pesquisa do Programa de Centros Associados de Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAPG-BA). O encontro é promovido pela Capes e começou na terça-feira, 28, em Canela (RS).

A pesquisadora Nora Krawczyk, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acredita que é preciso adequar as estruturas distintas das instituições brasileiras e argentinas, de modo a incluir as missões de trabalho dos professores, outorgando créditos. Em relação aos avanços, Nora acredita que a participação de professores estrangeiros possibilita aos alunos conhecer diferentes enfoques teórico-metodológicos e novos conteúdos. "O CAPG-BA fortalece o diálogo entre pesquisadores de instituições dos dois países, facilitando a construção de equipes regionais de pesquisa", diz.

Já para o professor argentino Daniel Laria, da Universidade de Buenos Aires, a possibilidade de poder estabelecer projetos conjuntos com a Unicamp, que levem ao fortalecimento do ensino e à qualidade acadêmica de seus respectivos cursos de pós-graduação, é altamente promissora. "Confiamos que as autoridades dos dois países possam garantir a continuidade destes projetos, para que os esforços investidos produzam os resultados esperados", afirma.

Segundo a professora da Unicamp Tirza Aidar, participar desse programa é muito positivo, porque há uma complementação entre as instituições envolvidas. "Cada instituição tem seus pontos fortes e suas especificidades, que podem ser trocadas durante a realização dos projetos", salienta. Quanto às dificuldades, ela aponta a necessidade de haver maior flexibilidade das instituições, com vistas a um efetivo ganho na parte de reconhecimento de cursos e créditos.

Projetos – Na terça-feira, 28, foram apresentados quatro dos 21 projetos integrantes do CAPG-BA: Ciência e Tecnologia de Alimentos, realizado entre a Universidade de Campinas (Unicamp) e as universidades estaduais de Tucumán (UNT), Santiago del Estero (Unse), Salta (Unsa) e de Jujuy (Unju); Produção de Conhecimento em Educação, entre a Unicamp e a Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso); Cooperação Técnico-Científica e a Formação de Recursos Humanos em Sanidade Animal, entre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e a Universidade Nacional de Rio Quarto (UNRC); Pela Construção de um Espaço Acadêmico Regional, que reúne a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade Estadual Paulista (Unesp), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Nacional de Córdoba.
Dos 21 projetos do CAPG-BA, cinco são de ciências exatas e terra, e quatro de ciências humanas. A Unicamp é a instituição brasileira que tem o maior número de projetos, ou seja, oito.

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