Brasileiro come por ano quase 10kg a menos de peixe que a média mundial

O consumo atual de pescado no Brasiléde 7 quilos por habitante ao ano, cinco quilos a menos que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A média mundial é de 16 quilos por habitante ao ano, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Para incentivar oconsumo de peixes no paíse discutir políticas para a pesca e a aqüicultura, gestores públicos pesquisadores, empresários e trabalhadores da indústria pesqueira se reúnem de hoje (27) até a próxima quinta-feira (29), em Brasília.

Uma das alternativas apresentadas nesta terça-feira pelo ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, é a construção de centros integrados de pesca artesanal. Além de instalações físicas, eles incluiriam unidades de processamento, fábricas de gelo e cursos de formação e capacitação profissional "Uma estrutura mínima para que, organizados, esses pescadores possam ter mais renda.

Para o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Francisco Menezes, existe uma combinação entre a falta de hábito da população brasileira e os altos preços dos pescados, daí o consumo per capita estar quase 10 quilosa baixo da média anual mundial.

"O consumo do peixe é considerado pouco acessível por causa do preço, mas é preciso haver uma demanda que favoreça o crescimento da oferta.

Para tanto,o ministro defende a ampliação dacaptura e da produção de pescado. "Para que aumente a oferta, elevea concorrência e reduza o preço final.

Segundoo presidente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aqüicultores, Ivo da Silva,dificuldades na comercialização e a falta de estrutura para armazenamentoobrigam os pescadores a venderem o produtoao atravessadora preços muito baixos. Ele diz queos atravessadoresé quem determinam o preço do peixe no mercado, que chega a ser 70% mais caro que o valorpago ao pescador. Silva acrescentaqueos pescadores acabam se valendo dos atravessadoresporque "eles têm o dinheiro na mão, masnãotêmburocracia".

Dados da secretaria mostram que oBrasil produz hoje cerca de 1 milhão de toneladas por ano ano de pescado. Além de principal fonte alimentar nas comunidades costeiras e ribeirinhas, a pescagarante 3 milhões e meio de empregos diretos e indiretos e uma renda estimada em R$ 5 bilhões anuais.

De acordo com o ministro, o paístem potencial paraproduzir de 20 milhões de toneladas anuais. Para isso, ressaltou, é precisoestimular o consumo do peixe por meio decampanhas nacionais e da reduçãodos preços do pescado.

O presidente Consea lembrouque o consumo de peixesé um elemento importante para a segurança alimentar e nutricional da população Nesse sentido, ele diz que programas federais comoo Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) deveriam estar integrados ao consumo de peixe.

Cito o exemplo da agricultura familiar porque o programa dá segurança ao produtor agrícola. A mesma coisa pode ser aplicada produção da pesca, para o pescador saber que terá mercado e poderá investir nessa oferta. Essa é uma oportunidade de trabalharmos o encontro das políticas.

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