Voo 447: pilotos receberam dados errados de velocidade

Os pilotos do voo 447, da Air France, que caiu no Atlântico em meados de 2009, tiveram problemas com leituras diferentes da velocidade da aeronave. Apesar de seus esforços para controlar o avião, ele perdeu velocidade e caiu em três minutos e meio, segundo um relatório parcial divulgado hoje pelo Escritório de Investigações e Análises da França (BEA, na sigla em francês), baseado na análise das caixas-pretas encontradas no fundo do oceano no início do mês.

O relatório dá detalhes sobre os últimos minutos antes do acidente, que matou todas as 228 pessoas a bordo. Ele confirma informações vazadas anteriormente, segundo as quais os pilotos tiveram informações conflitantes dos sensores da aeronave. O avião partiu do Rio de Janeiro e seguiria até Paris, porém caiu na noite de 31 de maio de 2009. O escritório não tentou identificar a causa do acidente nem atribuir responsabilidades. O BEA deve divulgar um novo relatório parcial do caso no final de julho.

A agência afirmou que o avião entrou em uma zona de turbulência e, em seguida, o dispositivo que mostra a velocidade caiu de 275 nós para 60 nós. Depois, houve uma rápida queda em outro aparelho que indica velocidade na cabine de comando. Nesse momento, o avião voou para cima e começou a ganhar altitude. Apesar dessa ação corretiva do copiloto na posição do avião, ele começou a perder velocidade, o que ocorre quando a aeronave não recebe impulso suficiente da passagem do ar pela asa para permanecer no ar.

Dados iniciais enviados automaticamente por rádio pouco antes do acidente indicaram que o problema pode ter sido causado pelo congelamento dos sensores de controle de velocidade. “Apenas após longo e detalhado trabalho investigativo as causas do acidente serão determinadas e as recomendações de segurança, divulgadas”, afirmou o BEA no relatório.

A fabricante do avião, Airbus, afirmou em comunicado que os dados divulgados hoje pelo BEA são “consistentes com os fatos publicados nos relatórios preliminares e parciais” do próprio escritório francês. A Airbus qualificou o novo material investigativo como “um passo significativo para a identificação da cadeia completa de eventos que levou a este trágico acidente”. As informações são da Dow Jones.

Voltar ao topo